Por Jenilson Rodrigues

Ao se deparar com o título original do terceiro longa-metragem da diretora Shana Feste – Endless Love – a primeira lembrança que vem à mente de quem era adolescente nos anos 1980 é o hit radiofônico interpretado por Lionel Richie e Diana Ross que embalou o filme homônimo de 1981, e que teve Brookie Shields e Martin Hewitt como protagonistas. Porém, ao contrário da música, dificilmente esse remake ganhará a mesma relevância por parecer uma produção meio “pé no freio”.

Essa nova versão apresenta novamente o jovem David Elliot (Alex Pettyfer) às voltas com seu confuso romance com a jovem de 15 anos Jade Butterfield (Gabriela Wilde). David tinha muitos problemas com sua família, mas apesar disso se dedicava da melhor forma possível para ter a garota dos seus sonhos a seu lado. Sua maior dificuldade era ter que superar a desaprovação por parte da família de Jade que fazia de tudo para interromper e dificultar o caminho dessa história de amor.

O filme preza bastante pelo convencional. As cenas rápidas, com diálogos descomplicados e sem tantas surpresas se assemelham a simples capítulos de início de temporada de seriados românticos adolescentes. Os clichês também estão lá aos montes: o amor à primeira vista, a mão na mão seguida da troca de olhares ao apanhar um objeto no chão e até mesmo o mergulho no lago à lá Meu Primeiro Amor (1991).

O clichê nem é o grande problema, mas algumas modificações e adaptações realizadas com relação à primeira versão acabaram por tirar muito da emoção passada pelos personagens principais. David agora é bem mais determinado, menos misterioso e não aparenta ser o jovem problemático do longa anterior. Jade também está mais fria e não demonstra seus sentimentos com a mesma intensidade. Isso acaba transformando Amor Sem Fim numa trama arrastada e sem pontos de conflito interessantes.

Nem a trilha sonora foi relevante o bastante para atrair a atenção e manter o espectador interessado. Se no filme anterior uma música em diferentes versões foi o suficiente para entreter sem cansar, desta vez o conjunto de canções pop pouco acrescenta ao enredo e não consegue cadenciar o ritmo de forma agradável.

Amor Sem Fim pode até mesmo agradar a um público pouco exigente, mas a sensação que fica ao fim da sessão é de uma abordagem superficial de uma história interessante, que foi mais bem trabalhada no longa metragem do diretor Franco Zeffirelli. A emoção de uma paixão intensa – como são os amores vividos na adolescência – merece um tratamento mais real, mais vivo, ainda que não seja preciso necessariamente repetir fórmulas usadas anteriormente.

 

Cinemascope - Amor sem Fim (7)

Amor Sem Fim (Endless Love)

Direção: Shana Feste

Roteiro:Shana Feste

Elenco Principal: Alex Pettyfer, Gabriela Wilde, Bruce Greenwood, Joely Richardson

Gênero:Drama, Romance

Nacionalidade: EUA

 

 

 

 

 

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