Na verdade, o filme acaba por ter três – e somente três – pontos positivos: a voz da Christina Aguilera, os figurinos sensacionais de Michael Kaplan e a beldade Cam Gigandet (Padre, 2011) se escondendo atrás de uma caixa de cereal. – Beijo especial pra Samya, dona desta brilhante conclusão.
Sou uma fã irremediável de musicais. Sou a primeira a levantar a bandeira de que SIM, a música é um elemento importantíssimo que ajuda a contar a história e a entender a proposta do filme, quando usada na medida certa.
E aqui digo algo curioso: gosto MUITO da trilha de Burlesque. Assisti ao filme outras duas vezes para ter certeza de que a minha opinião continuava a mesma – e continua –, e acabei baixando a trilha dos 10 números comandados pelas duas divas do pop e seu coro de dançarinas.
Por quê?
Porque como filme, longa, exibido com roteiro, continuidade, de forma linear e concisa, Burlesque não funciona. Mas se ouvido separadamente, em forma de álbum, aquilo é sensacional! As músicas são muito bem arranjadas, Christina Aguilera convence-nos (alguém ainda tem dúvidas?) de sua potência vocal aos primeiros 10 segundos da primeira faixa do CD. Quer dizer, usando as palavras de Coco (Chelsea Traille), como alguém tão pequeno consegue cantar daquele jeito?
Talvez eu não tenha me surpreendido com o filme porque dei play com as expectativas altas. Esperava TANTA coisa! Das coreografias, principalmente. Tantas referências espetaculares por aí e o máximo que eles conseguiram foi estalar os dedinhos e esticar as mãos como Bob Fosse e terminar o longa num estilo meio cena final de Chicago (Rob Marshall).
Aliás, contrariando mais uma vez minhas expectativas, não só a coreografia deixou a desejar, mas Christina Aguilera também, no quesito bailarina. Senti que a baixinha sumiu de tão magrela que apareceu no meio de tanta mulher gostosona, bunduda e coxuda dançando de liga e meia arrastão.
Algumas cenas são até bonitinhas. Gosto de quando a imagem de Ali aparece no espelho iluminado e então Tess chega para maquiá-la. É um lado sensível e mais humano dos bastidores do show que ainda não foi aprofundado como tema em algum musical, mas que está presente em filmes como Sob a Luz da Fama (Nicholas Hytner).
Volto a ressaltar a questão dos figurinos. Todos são muito bem trabalhados. Dos suspensórios dos meninos, passando pelo Louboutin de Aguilera até as perucas das bailarinas.
Nenhuma das cantoras me convenceu atuando. Babo na voz de Christina e bato palmas para o pique de Cher. Mas é tudo. Tivemos até a participação de Nigel, diretamente do escritório de Miranda Priestly, escolhendo os figurinos para Tess! É. Nem no que diz respeito à construção de personagens o roteiro conseguiu inovar. É uma pena.
Burlesque: Do Latim, burrula. Do Italiano, burlesco. Um gênero cômico, de sátira e paródias, de brincadeiras. Em resumo, vale a pena somente se analisarmos os números musicais como coisas totalmente independentes do filme. Mas como roteiro rodado é um fiasco, já que nem assim consegue seguir o que propõe o significado do título.
Ano: 2010.
Diretor: Steve Antin.
Roteiro: Steve Antin, Keith Merryman, Susannah Grant.
Elenco Principal: Christina Aguilera, Cher, Alan Cumming, Cam Gigandet, Kristen Bell, Tanee McCall, Eric Dane, Stanley Tucci, Peter Gallagher, David Walton, Diana Agron.
Gênero: Musical.
Nacionalidade: EUA.
Veja o trailer:
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