As cartas de amor podem surgir de diferentes formas, algumas mais tradicionais, feitas à mão no papel de carta perfumado, algumas em formato de textão de WhatsApp, e outras vêm em forma de animação, feita apenas com lápis de escrever e de cor, ao melhor estilo escolar nostálgico. Fato é que, independente da forma, o conteúdo e a intenção tendem a permanecer inalterados.

Dear Basketball, indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação deste ano, é uma emocionante carta de amor e de despedida de Kobe Bryant do basquete, o amor da sua vida desde que tinha 6 anos de idade e imaginava jogos decisivos com as meias de seu pai como bola a ser encestada na tabela atrás da porta de seu quarto.

Nessa animação, Bryant declara que, por amor, suportou a dor, o cansaço e a derrota, deu sua alma e seu coração à esse esporte – que ao seus olhos deixa de ser meramente uma coisa ou uma profissão, para tornar-se uma entidade transcendente – mas que, com pesar, chegou a hora de ouvir seu corpo físico e se afastar.

O cinema nos permite esses gratos encontros de convergência entre as artes, – porque sim, afinal de contas o esporte é uma arte. Nesta obra, roteirista, jogador e protagonista são a mesma pessoa, e através de suas palavras, sentimos transbordar para além da tela sua emoção e sua gratidão por ter tido não só sorte e reconhecimento, mas um amor para chamar de seu a vida inteira.

Kobe deixa o seu adeus de forma poética aos Lakers e ao basquete, sem perder o brilho no olhar que guarda desde que era apenas uma criança repleta de sonhos.

Dear Basketball

 

Ano: 2017
Direção: Glen Keane
Roteiro: Kobe Bryant
Gênero: ​Animação
Nacionalidade: Estados Unidos

 

Avaliação Geral: 3,5