É o Fim

Por Jenilson Rodrigues

Em sua estreia como diretor, em parceria com Evan Goldberg, Seth Rogen – já conhecido pelas comédias de sucesso como O Virgem de 40 Anos (2005) e Segurando as Pontas (2008) – investe mais uma vez em seu lado cômico reunindo nesse novo trabalho alguns companheiros de filmes anteriores e trazendo de volta várias referências a personagens de grandes produções hollywoodianas. Para quem gosta de frequentar às vezes a parte rasa da piscina e rir um pouco sem esperar nada grandioso É o Fim funciona perfeitamente.

Jay Baruchel vai visitar o amigo Seth Rogen e ambos decidem ir a uma festa na casa de James Franco. Durante a noite uma série de catástrofes e estranhos acontecimentos antecipam um apocalipse que devasta a cidade de Los Angeles. Os dois ficam presos na casa de Franco junto com ele e mais três amigos e a partir daí começam uma jornada para escapar do fim anunciado.

Os efeitos visuais que mostram um apocalipse de forma mais superficial cumprem o seu papel e acabam agradando, até mesmo porque a história é contada de uma forma tão simples e ao mesmo tempo tão surreal que parece que você está a ouvindo de algum amigo numa roda de fogueira de um acampamento. O foco da trama é mesmo a amizade entre Jay Baruchel e Seth Rogen e todo o resto serve apenas como pano de fundo para as suas trapalhadas.

O roteiro é bem construído, típico de uma comédia americana: sexo, drogas, música alta e uma festa repleta de celebridades e piadas fáceis. O que poderia ter sido trabalhado de melhor forma é o conjunto, a integração entre começo, meio e fim. O início é marcado por boas tiradas sarcásticas e sátiras de outros filmes entrando em momentos certos, sem forçar a barra. O desenrolar da trama é que fica meio arrastado, quando a turma fica presa na mansão, onde as piadas não encaixaram tão bem. O desfecho não deixa a desejar porque volta para a proposta inicial: a de somente entreter.

A própria ideia de colocar os atores interpretando a si mesmos já é bem engraçada. A festa na casa de James Franco reúne figuras como Craig Robinson, Emma Watson, Rihanna e Michael Cera, este sendo ele mesmo e bem fiel aos seus típicos personagens, o mesmo adolescente inconsequente que se dá bem com as garotas no final (nem sempre tão bem). A música também se encaixa perfeitamente no longa do início ao fim, afinal uma comédia que se preze tem o direito de ir de Black Sabbath a Backstreet Boys, passando pelo rap The Next Episode de Dr. Dre e pelo Gangnam Style do Psy.