Por Joyce Pais
Dirigido por Mahamat-Saleh Haroun (Un homme qui crie; 2010), o filme Grisgris, além de ter sido indicado a Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano, é o representante do Chade na corrida por uma vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar.
O longa, exibido na 37° Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, mostra a saga de Grisgris (Souleymane Deme), um jovem de 25 anos que sonha em ser dançarino, apesar de ter paralisia em uma de suas pernas. Nas pistas de dança de N’Djamena, capital do Chade, ele é um verdadeiro ídolo. Aplaudido com euforia pelos frequentadores dos bares em que mostra seu talento e desenvoltura ao som de músicas típicas africanas.
Quando seu padrasto fica doente, Grisgris decide se afastar das pistas de dança e, por meio de seu amigo Moussa (Cyril Guei), se envolve em um esquema ilícito de contrabando de petróleo na fronteira com Camarões. Nesse ínterim, ele se apaixona por Mimi (Anaïs Monory) que sonha em ser modelo, mas ganha a vida como prostituta.
Apostando em um retrato realista, foram utilizados cenários reais como locação. Por entre as ruas estreitas, sem asfalto, ou nos bares onde a dança faz efervescer os desejos, acompanhamos a trajetória do protagonista e compartilhamos um sentimento de esperança que brota do improvável.
Com extrema sensibilidade, Mahamat-Saleh Haroun soube balancear de forma orgânica o drama vivido pelo protagonista e algumas situações com apelo cômico. Grisgris é carismático e cativante, sua história é, antes de mais nada, um exemplo de superação, uma nova forma de enxergar o mundo para além das limitações.
Ano: 2013
Direção: Mahamat-Saleh Haroun
Roteiro: Mahamat-Saleh Haroun
Elenco principal: Souleymane Démé, Anaïs Monory, Cyril Guei.
Gênero: Drama
Nacionalidade: França, Chade.
Veja o trailer: