Mas não vamos entrar em detalhes desses outros contos, o que temos agora é a versão de João e o Pé de Feijão.A história de Jack: O Caçador de Gigantes começa como um bom conto de fadas, com pais contando a seus filhos um conto antigo de sua terra. Tais histórias fantásticas se provam reais e as duas crianças do começo do filme, uma princesa e um fazendeiro, ambos agora adultos, se vêem numa luta contra terríveis gigantes. O jovem e sonhador Jack acaba trocando seu cavalo (no conto era uma vaca) por um punhado de feijões, com a única recomendação básica de jamais molhá-los. Obviamente, algo acontece para que apenas um dos feijões receba uma única gota d’água, o suficiente para a história acontecer (isso me lembra tanto os Gremlins).Não vou dizer que o roteiro é de todo ruim, mas não é uma história que me levaria ao cinema. Das adaptações de contos de fadas, Jack é o melhor até o momento, porém essas tentativas de revolucionar histórias já conhecidas parecem não ser a melhor das opções. Por mais genial que as ideias sejam, por ser uma história já tão conhecida, torna-se completamente previsível. Não surpreende, não empolga, pode entreter, mas não fascina. Durante todo o filme, conseguia adivinhar o que estava para acontecer, principalmente na batalha final. Até a cena que deveria ser o ápice da batalha entre Jack e o gigante, quando ele tem uma ideia para derrotá-lo, é obvia demais. Se essa foi a intenção, eles conseguiram. Mas para mim o filme fica desinteressante quando eu consigo antecipar o que está para acontecer.
Por outro lado, os figurinos e cenários estavam muito bons. O clima de contos de Grimm dominou todo o visual do filme. Se tratando de um tema como esse, ficou perfeito. Visualmente o filme é muito atrativo. Os castelos, a visão panorâmica vista do pé de feijão, a fazendinha, tudo muito bem feito e dentro do clima. As armaduras de batalha, principalmente da princesa, estavam totalmente num clima de contos de fadas, lindas, porém surreais para uso verdadeiro em batalha. Já os gigantes feitos em 3D não são visualmente agradáveis. O que quero dizer é que seu efeito é estranho e artificial demais. Quando tem o close no rosto de gigante, tanto sua pele como cabelos parecem não ter o acabamento final, perceptivelmente artificial. A sala 3D ajuda a disfarçar isso, porém, sem o efeito, o resultado não é bonito.
A única coisa que eu não tenho do que reclamar são das atuações de Ewan McGregor e Stanley Tucci. Os dois foram geniais e, ao meu ver, personagens mais interessantes que os principais. McGregor é um soldado eficaz e leal com uma pitadinha de humor e Tucci um vilão muito divertido. Os dois dão graça ao filme.
Em resumo, o filme entretém, mas não surpreende. E quando chegar ás televisões, não o assista em uma tevê HD, fica a dica.
“Fi, Fai, Fou, Fão, não pergunte de onde vem o trovão.”
Jack – O caçador de gigantes (Jack the Giant Slayer)
Ano: 2012
Diretor: Bryan Singer.
Roteiro: Christopher McQuarrie, Darren Lemke, Dan Studney.
Elenco Principal: Nicholas Hoult, Ewan McGregor, Ian McShane, Stanley Tucci.
Gênero: Aventura.
Nacionalidade: EUA.
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