Na terceira parte da saga “dos meninos correndo no labirinto”, Maze Runner: A Cura Mortal, Thomas (Dylan O’Brien) já descobriu bastante coisa sobre a organização C.R.U.E.L. e agora age com seu grupo como uma espécie de resistência. Agora, ao invés de atos isolados, na tentativa de resgatar mais jovens das mãos do laboratório, ele quer entrar na sua base e acabar de vez com seus planos e experiências.
Apesar de ser o terceiro filme, Thomas não nos cativa como protagonista. Não temos motivos suficientes para que possamos torcer por ele ou entender o por que dos demais personagens terem tanta afeição por sua liderança. Os demais parecem o segui-lo cegamente sem que ele demonstre qualquer argumento além do “tenho certeza sim” ou “precisamos acabar com isso”. Desde que o universo do filme deixou de ser exclusivamente o labirinto as coisas desandaram já em sua segunda parte. Aqui, em um certo ponto, o filme vira apenas correria, planos e explosões até em excesso. É o tipo de filme que te faz espreguiçar, olhar a hora no celular no meio do filme e pensar o que está faltando na dispensa em casa.
Acredito que o principal “erro” do filme e da saga, com relação a outras seja o desenvolvimento dos personagens, como, por exemplo, apontei a cima sobre o Thomas. O principal ponto que faz os adolescentes (público alvo dessas sagas) se interessarem tanto por tais filmes é a proximidade com seus personagens. Harry Potter ou Katniss Everdeen (Jogos Vorazes) tinham um desejo, uma vontade de melhorar a situação sua e de seus amigos. Mas, ao mesmo tempo, não sabiam de nada sobre a vida, em como seus mundos funcionavam. Nisso, outros personagens, situações surgiam dando experiência a este e corpo a suas sagas e ao próprio protagonista. Em Maze Runner, personagens e situações parecem ser meros acessórios, não dão muita consistência ao filme. Apesar dos pesares, não faz muito efeito uma morte ou traição de qualquer um deles. Aliás, neste último capítulo, temos uma cena de morte até bem filmada, mas o personagem foi tão mal trabalhado que nem nos importamos muito. Triste. Mais triste que a própria morte.
Além disso, uma possível mensagem sobre um laboratório que literalmente suga dos jovens para sobreviver, não tem uma consistência. Fica meio vago qual era a “moral da história” aqui. Os momentos que a saga rascunhou um discurso contra um sistema “farmacêutico” (se é que podemos chamar assim), se dispersa. Além disso, ainda fica muita coisa sem resposta, do tipo que depois da sessão, você fica pensando sobre elas e não acha os porquês. É triste pois, a saga inicialmente tinha bastante potencial quando o desafio se resumia a tentar escapar de um labirinto. Talvez melhor seria não sair de lá.