Metallica:Through the never

Por Felipe Rocha e Lucas Lara
(Participação especial)

Estréia hoje, 4 de outubro, nos cinemas Metallica:Through the never, o novo filme-concerto da celebrada banda de trash metal Metallica. Marcando os 30 anos desde o lançamento do álbum de estréia (Kill’ em all) e dez anos após o ingresso do baixista Robert Trujillo, o Metallica nos apresenta algo totalmente diverso da última produção da banda, o documentário Some kind of Monster. E ousado. Utilizando-se das tecnologias IMAX e 3D, Metallica:Trough the never traz uma nova experiência em se tratando de concertos apresentados na telona.

Uma espécie de “clipe longa-metragem”, o filme nos traz, em paralelo ao show da banda, a história de Trip, interpretado por Dane DeHaan (que fará o papel de Harry Osbourne na sequência de O espetacular Homem-aranha), um jovem roadie do Metallica que é incumbido urgentemente (“seu pagamento depende disso”) de trazer ao show algo da banda que está em uma van perdida na cidade. Trip sai em busca do material e a partir de então segue-se, intercalada com o show, uma jornada pela cidade em meio a uma série de eventos sobrenaturais, conflitos, fogo, sangue. Enfim, o pacote do mal completo.

Não creio que caiba aqui analisar ponto a ponto da narrativa ou mesmo ponderar as conexões entre esta e as músicas, o que, aliás, é possível em vários momentos. Pois, francamente, não parece ser esse o ponto. Mesmo porque esse mistério é o ponto forte da narrativa, o protagonista silencioso evidencia isso bem, e o que é realmente importante é que enquanto Trip passa por todos esses perrengues, a maior parte do longa é o show do Metallica. A despeito da atuação competentíssima de Dane DeHaan, os grandes protagonistas na tela são Hetfield, Ulrich, Trujillo e Mr. Hammet, fazendo o que sabem fazer melhor: um show destruidor. Literalmente. TODO tipo de efeitos, luzes e fogo que você pode imaginar surgem no palco, são primorosamente registrados pelas lentes e abusam sempre que possível das tecnologias IMAX e 3D, apropriando-se muito bem delas, diga-se de passagem. Difícil se manter quieto na cadeira do cinema enquanto a banda desenrola seus maiores clássicos na telona com efeitos tão incríveis.

Em suma, misturando o mistério da narrativa com um tom meio pastelão em algumas cenas (em especial na apresentação da banda), o longa consegue aquilo que perece ser a sua intenção: agradar. É feito para os fãs. Ousada e sem ser tosca, a narrativa entretém e distrai enquanto você assiste os ‘tios’ do Metallica mostrando que mesmo depois de trinta anos fazem um show simplesmente foda. Difícil não querer presenciar o show ao vivo depois do filme e, convenhamos, dessa vez você não pagou pra ir ao cinema pra assistir nenhuma história.

Metallica:Trough the never