Crítica do filme O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

Por Ana Carolina

Peter Parker (Andrew Garfield) e sua namorada Gwen (Emma Stone) estão às vésperas de se formar e ingressar na faculdade. Peter passa a mensurar o peso que sua atuação como homem-aranha pode ter em sua vida pessoal e os riscos decorrentes disso às pessoas que ele ama. O clima do filme, menos adolescente que o anterior, reflete a evolução de maturidade dos personagens.

Logo no inicio, já somos bombardeados por eletrizantes cenas de perseguição, potencializadas pelo uso eficiente do 3D e principalmente do IMAX. Com uma visão quase subjetiva, saltamos junto com o Homem-Aranha por entre os edifícios de Nova York combatendo o crime.

Enquanto protege a cidade e lida com a crescente fama, Peter ainda se dedica a buscar respostas para o falecimento dos pais. À medida que as vai encontrando, a pesquisa científica desenvolvida por seu pai vem à tona e, tanto o espectador como ele passam a entender melhor o processo que o transformou no super-herói.

Com duração de 2h20, os roteiristas, também produtores (confirmados até o quarto filme), tem mais tempo para aprofundar a trama. Seguindo a tendência nos últimos filmes de super-heróis, criam personagens mais complexos e humanos. O destaque fica ao encargo dos vilões, que no longa somam três. Além de Electro (Jamie Foxx), vemos o surgimento do Duende Verde e de Rhino (Paul Giamatti), como uma preparação do terreno para as sequências. Refletindo a profundidade psicológica com a qual são construídos, eles não se revelam de imediato e fogem um pouco do tradicional maniqueísmo.

Andrew Garfield (A Rede Social) preencheu as arestas de um herói insosso herdado de Tobey Maguire (da franquia anterior) e o transformou em um cara descolado e interessante, que não precisa da fantasia para se garantir. Adicionou doses de malícia ao personagem, o que fez dele mais divertido e charmoso (muito charmoso). Tivemos ainda uma mudança no tipo de humor, que passou a ser mais requintado e sarcástico em relação à trilogia anterior, marcada pelo pastelão.

O filme trabalha com clichês, mas os emprega bem. Mark Webb, que antes de assumir a franquia havia dirigido um único filme – o excelente (500) Dias com ela – faz uma direção segura. Consegue equilibrar humor, ação, aventura e drama de maneira tão eficiente que o filme diverte a família toda.

Ah, é claro, como não poderia deixar deixas de ser, Stan Lee faz uma de suas já famosas aparições em filmes da Marvel.

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2: The Rise of Electro)