O Mar Não Está Pra Peixe - Tubarões À Vista

Por Wallacy Silva

O Mar Não Está Prá Peixe: Tubarões à Vista se passa um ano depois da história do primeiro filme da série. Acompanha o peixe Pê (casado com Cordélia e pai do pequeno Júnior) que é admirado no Recife por ter vencido a batalha com o malvado tubarão Troy. Mas o vilão está de volta, e com companhia, determinado a destruir tudo e todos no Recife e ficar com Cordélia. Pê decide, então, treinar todos os habitantes do Recife para uma batalha contra os tubarões.

É sensível a melhora na computação gráfica se compararmos o filme ao seu predecessor, mas ainda assim o estúdio coreano WonderWorld, responsável pela animação, não consegue chegar nem aos pés dos estúdios norte-americanos nesse aspecto. O roteiro praticamente emula o primeiro filme: enquanto naquele Pê foi treinado por Tortuga para derrotar Troy, neste Pê resolve treinar os seus amigos para derrotar Troy e os outros tubarões. A história ensaia um desenvolvimento interessante da trama com o personagem Ronny, mas peca na inserção de cenas e elementos desnecessários (como um enorme dragão marítimo, que não sabemos muito bem de onde veio, para onde foi e para o que serviu).

O longa também passa longe das animações que não são somente para crianças, cada vez mais comuns, por terem um humor irônico (às vezes ácido), brincar com situações do cotidiano dos adultos, ou por fazer referências a alguns clássicos do cinema (como o oscarizado Rango). Aqui a única fonte de humor, além dos trocadilhos ineficientes (me refiro à versão dublada), são os personagens se batendo, caindo ou dançando. Trata-se de uma fábula pouco elaborada, que abusa das falas explicativas e explora a todo o momento a “moral da história”: todos são bons em alguma coisa, e é preciso encontrar a sua habilidade para explorá-la. Um filme que pode agradar muitas crianças, mas também pode fazer muita gente grande dormir na poltrona do cinema.

O mar não está prá peixe: Tubarões à vista (The Reef: High Tide)