O Último Desafio

Por Ana Lucinski

Antes de tudo vou explicar minha teoria sobre gêneros. Existem alguns gêneros que: ou a pessoa ama ou odeia. Não existe um meio termo. Meu exemplo para essa teoria são os musicais, você nunca vai encontrar uma pessoa que goste mais ou menos de um musical, ou a pessoa ama ou odeia e ponto. Com filmes de ação é a mesma coisa. Quem gosta de uma boa perseguição, muitos tiros, aramas poderosas, muito sangue e porrada gosta de filme de ação e nem se preocupa muito com a falta de uma história mais elaborada. Enfim, é essa minha teoria dos gêneros que se aplica a esse filme, no caso. Então, se você não gosta de filmes de ação, dificilmente vai gostar desse, mas se gosta e é fã do Schwarzenegger, vá em frente.

Muita gente vai dizer que Arnold Schwarzenegger está velho de mais para filmes de ação. Bom, eu discordo completamente. Aos 65 anos ele continua sendo um ícone do gênero, mesmo 10 anos longe das telonas. Peguemos como exemplo o filme Mercenários 2. Qual a média de idade desses caras? (Não coloque na conta o “irmão do Thor” (Liam Hemsworth)*que ele eu não considero um ator de filme da ação) Sylvester Stallone tem 66 anos, Chuck Norris tem 72, Jean Claude Van Damme 52, Dolph Lundgren 55. Então não me venha dizer que Schwarzenegger está velho. Por mim ele faz filmes desse gênero enquanto ele conseguir garantir uma boa luta corpo a corpo. E tenho dito!Bom, como todo filme de ação, não temos uma história muito elaborada, chega até a ser meio clichê. Temos o policial valentão que viu muita desgraça, saiu da cidade grande e foi cuidar de uma cidade pequena, mas então um fugitivo resolve passar por sua cidade causando muito estrago e ele se vê obrigado a agir e mostrar quem é que manda. Com um clima de faroeste moderno, incluindo um “cara a cara” típico do gênero.

Ray Owens (Arnold Schwarzenegger) é xerife de uma cidade do interior que faz divisa com o México. Em sua cidade pacata nada acontece, até a chegada de uns caras mal encarados. Enquanto isso em Los Angeles, um criminoso (Eduardo Noriega) escapa das mãos do FBI em uma fuga incrível. Esse mesmo criminoso segue em alta velocidade em direção a cidade de Owens, e nada o para. Owens decide não deixar esse criminoso passar pela sua cidade assim, aí então que a situação fica feia pra quem tentar passar pelo xerife Owens.O que eu mais gostei é que em O Último Desafio tem sangue. Sim, sangue. Eu me revolto quando assisto a um filme de ação onde as pessoas levam tiros de armas de alto calibre e ficam com uma manchinha de ketchup na roupa. Acertou uma artéria? Tem que sangrar! E nesse filme tem sangue numa medida que não chega a causar desconforto.

Gostei. A perseguição é muito bem realizada. Velocidade além dos limites, com carros mais rápidos que helicópteros, muitas batidas, capotagens e tudo que tinha direito. Sem contar a fuga cinematográfica toda elaborada e super planejada que me deixou surpresa na primeira meia hora de filme. O que eu sempre me pergunto nesses filmes é: “como os bandidos podem ser tão mais criativos e espertos que os policiais?”.O Último Desafio é um bom exemplo disso.Os efeitos especiais estão muito bons. O filme obteve um resultado bem realista, considerando que é um filme de ação. E claro, a surpresinha que muitos vão gostar: Rodrigo Santoro como o “bad boy do bem”. Devo dizer que sua atuação não deixou a desejar e seu inglês também não. E cá vemos um brasileiro em Hollywood se inserindo em cada vez mais produções grandiosas com nomes de peso.

O longa pode ser considerado ação comum do gênero sem exageros. Não é revolucionário, mas garante um bom entretenimento para quem gosta. E eu consideraria válido um “hasta la vista, baby” na luta final entre Schwarzenegger e Noriega.

*Antes que fãs da Saga Jogos Vorazes queiram me jogar em um massacre quatenário, tenho que dizer que gostei de Liam Hemsworth (o “irmão do Thor”) como Gale. Mas acho que ele não leva jeito pra um cara durão e valentão. Só isso.