Wenders estaciona suas lentes na palpitação dos movimentos, mergulha na diagramação das expressões corporais, retrata o envolvimento do pulso sensorial no campo imagético, faz prevalecer a contemplação envolta na admiração do deslocamento dos membros. Cria-se a ambientação no estranhamento, na dificuldade de tragar os passos expressivos, os saltos desconexos e a instauração do (não) discurso gestual.
A utilização do elemento 3D, é disposto na linguagem sublimemente, exercendo um papel importantíssimo para a experiência de apreciação da manifestação artística que está acontecendo a todo instante. As texturas realçadas e contornadas na terceira dimensão, causam uma sensação agradável de leveza, funcionam como uma ponte de ligação entre o arranjo das performances dos bailarinos e o entendimento do indivíduo que interage visualmente com a situação.Para os amantes da dança e das expressões artísticas Pina pode ser um deleite. Apesar da montagem demasiadamente arrastada e monótona, que interfere de modo negativo no andamento do longa, sua essência não fica comprometida. E tal acontecimento não se sucede, pois os deslizes são rapidamente remexidos, e logo são incorporados no contexto da dança – teatral, fazendo com que a homenagem seja digna e sofisticada.
Ano: 2010
Diretor: Wim Wenders
Roteiro: Wim Wenders
Elenco Principal: Pina Bausch, Regina Advento, Ruth Amarante, Rainer Behr, Andrei Berezin, Damiano Ottavio Bigi, Bénédicte Billet, Ales Cucek.
Gênero: Documentário.
Nacionalidade: Alemanha/França/Reino Unido.
Veja o trailer:
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