Por Verônica Petrelli
Não sei se é porque eu sou meio esquecidinha, mas não tem como não se identificar com a maluquinha da Dory. Ela é uma peixinha carismática e encantadora, e graças ao Santo Protetor dos Amantes da Pixar ganhamos uma sequência linda das aventuras do fundo do mar, trazendo a desmemoriada Dory como personagem principal. Treze anos depois do lançamento de Procurando Nemo, muitas fórmulas de sucesso se repetem: Ellen DeGeneres e Albert Brooks continuam como dubladores da Dory e do Marlin, Andrew Stanton retorna como diretor e mais uma vez a trama principal gira em torno da busca por entes queridos da família.
O longa começa com a Dory pequeninha, aprendendo com seus pais como contornar as dificuldades da perda de memória recente. Os anos se passam até chegarmos na Dory adulta, que acabou de voltar de sua aventura para achar Nemo. Ela sai em uma excursão junto com o Tio Raia e seus alunos e aprende sobre a migração das arraias, sobre o retorno dos animais ao lar. A aula desperta tanto a sua atenção que ela começa a ter flashbacks sobre sua família e decide partir numa aventura em alto mar, com a ajuda de Nemo e Marlin, para reencontrar seus pais. Aos poucos descobrimos a origem de Dory: ela veio de um grande aquário no Instituto de Vida Marinha da Califórnia, uma espécie de parque temático que cuida da reabilitação de peixes.
Os amigos novos que a Dory faz durante a sua jornada são encantadores. Conhecemos o Hank, um polvo vermelho de sete tentáculos mal humorado que consegue se camuflar em qualquer ambiente. Ele é um dos principais responsáveis por ajudar Dory e no fundo mostra que tem um bom coração (ou seriam três corações?). Ele foi um dos personagens mais complexos que a Pixar já criou, devido aos movimentos individuais de seus tentáculos. Só a cena inicial, quando Dory e Hank se conhecem, demorou seis meses para ser finalizada! Além dele, temos também os superdivertidos leões marinhos Fluke, Leme e Geraldo, além da beluga Bailey e da Destiny, uma tubarão-baleia super estilosa e cheia de vida. Todos eles se compadecem da causa de Dory e se mobilizam para ajudar. Até a Marília Gabriela faz uma ponta no filme e a participação dela é de chorar de rir!
O mais bacana do autodescobrimento de Dory é repararmos como suas famosas frases lá do primeiro filme se conectam perfeitamente com a história atual, e entendemos de onde vêm bordões como “Continue a nadar, continue a nadar, continue a nadar…” e o famoso baleiês (“Prooooocuraaando Nemooooo, ooooonde é que ele estááá…”). Tudo vai se encaixando. Isso somado a outras tiradas distribuídas ao longo do filme e que nos arrancam muitas, mas muitas risadas! E fora algumas reviravoltas de tirar o fôlego também, que tornam a história ainda mais emocionante! 😉
Mas, porém, contudo, entretanto, por mais que a animação seja encantadora e divertida, ainda assim não consegue superar o primogênito Procurando Nemo. Temos a impressão de que muitas fórmulas do primeiro filme se repetem nessa sequência, sem ineditismo nenhum, e isso acaba frustrando um pouquinho. Mas nada que tire o brilho da peixinha Dory. Mais importante do que tudo isso são as lindas lições que aprendemos com o filme: nunca desista da família. E que, acima de tudo, não existe lugar melhor no mundo do que o nosso lar!
Procurando Dory (Finding Dory)
Ano: 2016
Direção e roteiro: Andrew Stanton
Dubladores principais: Ellen DeGeneres, Albert Brooks, Hayden Rolence, Ed O’Neill
Gênero: Animação | Comédia
Nacionalidade: EUA
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