Parte da Mostra IndieMusic, Ryuichi Sakamoto: Coda foi mais um filme que assisti. Conheci esse grande músico quando assisti a “Merry Christmas, Mr. Lawrence”, de Nagisa Oshima (1983) numa mostra de filmes LGBT’s. Eu me lembro que fiquei encantado com a trilha sonora, em especial a canção principal, mas todas me marcaram, em conjunto a atuação incrível do ícone David Bowie. Isso sem saber que o compositor já tinha feito a trilha sonora de grandes obras como “O Último Imperador”, Bernardo Bertolucci (1987), “Tabu”, Nagisa Ôshima (1999), “O Regresso”, Alejandro G. Iñárritu (2015), entre outros.
O filme de Stephen Nomura Schible faz um paralelo entre o presente e partes do passado da vida do grande compositor japonês. É uma obra que busca a tragédia, começa já falando que o artista se sente cansado, está com câncer, mas mesmo assim sua luta e seu trabalho são incansáveis, mesmo necessitando de maiores pausas atualmente. Mas, como outros grandes gênios da arte, parar de produzir e criar é parar de sentir e consequentemente parar de viver. Diferente de obras biográficas que fazem um regate histórico como “Amy” Asif Kapadia (2015) e “Life Itself”, Steve James (2014), este filme é muito mais uma jornada no processo artístico do personagem, como ele cria e sente. Além de mostrar seu papel como ativista contra a energia nuclear no Japão. Temos esse paralelo entre o passado contando toda a carreira de Ryuichi Sakamoto e o seu presente sendo mesclado entre a questão de sua doença com o fato de ser um ativista.
*esta crítica faz parte da cobertura do Cinemascope no Indie Lisboa – Festival Internacional de Cinema de Lisboa