Vazio Coração

Por Fausto Fernandes

Vazio Coração conta a história do cantor e compositor romântico Hugo Kari (Murilo Rosa, também co-produtor do longa) que tenta reconquistar o amor de seu pai, o embaixador Mário Menezes (Othon Bastos). Os dois tiveram as relações cortadas quando a mãe do protagonista (Patrícia Naves) faleceu em um acidente aéreo.

Enredo simples e interessante até, mas prejudicado pelo roteiro e execução. O diretor estreante Alberto Araújo também assina o roteiro, a edição e composição das músicas interpretadas pelo protagonista. Talvez, por esse acúmulo de funções, se perdeu no caminho.

O roteiro peca pela falta de naturalidade, torna mecânica, a interação entre as personagens e o resultado disso é que não acreditamos nelas. Por mais que o elenco fosse formado por grandes nomes (entre eles, Lima Duarte e Bete Mendes), essa falta de fluidez no texto faz com que suas interpretações pareçam forçadas.

Tudo o que aparece na aparece na tela contribui para o desenvolver da história, mesmo que pequenos detalhes. Achei bem interessante quando o protagonista vai se encontrar com o pai e tira o anel e brinco, pois sabe que seu pai reprova sua carreira e aqueles items a representavam. Mas no meio de tanta informação simplesmente jogada (como por exemplo o pai ser um embaixador, Nem um pouco relevante para a narrativa) e que não faria falta se fossem descartadas, esse momento e poucos outros passam despercebidos.

Enfim, ter história bem construída já é mais de meio caminho andado para se ter um filme marcante e o visual é o tempero que completa. Vazio Coração precisava de mais tratamentos em seu roteiro para eliminar o tom novelístico e surpreender.

Vazio Coração