E meio que num estalar de dedos, estava todo mundo – literalmente todo mundo (inclusive meu pai que nunca viu um dos filmes) – falando sobre Vingadores: Guerra Infinita (2018). A terceira aventura da equipe Marvel pegou todo mundo de surpresa com uma história que sai totalmente do que estávamos acostumados deixando todos os heróis aos pedaços no final, mais uma vez, literalmente.

Voltando um pouco em outros filmes marcantes na cultura pop, muitos fizeram sucesso por justamente não ter um final feliz. Dois exemplos são Star Wars: Episódio VI – O Retorno de Jedi (1983) e Batman: O Cavaleiro das Trevas (2008). Além disso, surge também um vilão marcante que toma muito mais espaço do que os próprios heróis que estão no título do filme. Depois de Darth Vader e Coringa, foi a vez de Thanos deixar sua marca na cultura pop. O final chocante de Guerra Infinita fez todos os espectadores ficarem ansiosos em busca de respostas sobre quem derrotaria o gigante.  Afinal, todo mundo que morreu, morreu de verdade? E quem vai morrer de vez no próximo filme? Foi a deixa perfeita para que Vingadores: Ultimato (2019) se tornasse o filme mais aguardado do ano e, mais uma vez, assunto inclusive para meu pai que não viu nenhum dos anteriores.

Logo de cara, nos primeiros minutos do filme, boa parte das perguntas que ficaram por responder são resolvidas e deixa o espectador recalculando rota e tentando imaginar possíveis soluções para o que sobra. Talvez aqui, o que parecia um ganho dê uma declinada no filme. O Ultimato engrena no que pode ser chamado de um “filme tradicional dos Vingadores”. O imponente Thanos torna-se meio que um coadjuvante da história e o filme segue no como resolver o problema, focando em reuniões de equipe para bolar planos. Cada um colaborando com sua habilidade específica, sendo força, inteligência ou espírito de liderança.

Nesse embalo, o filme dá várias piscadinhas em direção ao espectador que acompanhou a história do universo Marvel e passou os últimos meses maratonando tudo novamente. Isso é feito usando referências das demais produções que foram motivo de piadas e das mais diversas teorias nas últimas décadas. Coisas como quem levantaria o martelo do Thor ou pra quem o Capitão América daria seu escudo, por exemplo.

A forma em que as coisas são amarradas, alguns desvios pelo caminho e as cenas de ação e corrida contra o tempo, fazem com que as três horas passadas de frente a tela passem num piscar de olhos. Todo mundo que conversei a respeito disso, teve essa mesma sensação. O filme nos emerge tanto na história que fica difícil se preocupar com a hora. E, falando em cenas de ação, ao assistir as maiores cenas de batalha tive a impressão de estar assistindo aos pôsteres de quadrinhos que tinha quando criança em que todos os heróis da Marvel estão se enfrentando em alguma batalha.

Tudo é muito grandioso e tem esse magnetismo que nos faz ficar atraído pela tela. Contudo, ainda falta a imprevisibilidade de Guerra Infinita. A presença forte de Thanos fazia com que tudo ficasse realmente imprevisível. Aqui, a potência está na grandiosidade das cenas, em olhar para a tela e ver uma quantidade de super heróis que é quase impossível contar, o surgimento de antigos personagens que tinham dado uma sumida e atores que nem quiseram continuar mais no universo Marvel. Como dito, são piadas, teorias e pontas soltas que vão se encaminhando para uma resolução e que nos deixam entretidos. E, obviamente, apesar de a jornada chegar a um “fim”, já cultiva em nós, algumas possibilidades para os filmes seguintes.

Na sessão que eu fui, pude presenciar o efeito que um filme desses causa na platéia. Tiveram aplausos, perda de fôlego, agitação e até choro de soluçar num dos momentos mais tristes do filme (que não vou revelar aqui, claro). Do meu lado na sessão estava meu afilhado de 10 anos que cresceu assistindo a esses filmes repetidas vezes quase que diariamente e que nem se mexia enquanto tudo aquilo acontecia. É um sentimento que é quase impossível descrever com palavras. Eu sei por que já fui esse moleque que estava sentado ao meu lado.

Vingadores: Ultimato

 

Ano: 2019
Direção: Anthony Russo, Joe Russo
Roteiro: Christopher Markus, Stephen McFeely
Elenco principal: Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner
Gênero: ​Ação, Aventura, Ficção Científica
Nacionalidade: Estados Unidos

Avaliação Geral: Avaliação Geral