Texto e foto por Marília Bacci
Após a exibição do documentário O Sal da Terra, dirigido por Juliano Ribeiro Salgado e Wim Wenders, aconteceu uma coletiva de imprensa com Juliano, David Rosier, co-roteirista com Wim Wenders, e representantes da distribuidora do documentário, a Imovision, e da Eco Falante, mostra sobre conteúdo audiovisual com ênfase em meio-ambiente.
Dentre as quatro pessoas presentes quem mais falou foi Juliano, várias vezes perguntado sobre seu relacionamento com o pai, sua carreira, e sobre os próximos passos de Sebastião Salgado na fotografia.
Juliano contou que sua reaproximação com o pai aconteceu no ano de 2009, quando Sebastião o convidou para acompanhá-lo na Amazônia em um trabalho com a tribo Zo’é, e que o documentário começou como forma de mostrar como ele, filho, via o pai. O documentário demorou cerca de um ano e meio para ser escrito e fala sobre as experiências e histórias que Sebastião tem para contar sobre aquelas pessoas e situações que foram vivenciadas por ele, e não simplesmente como a foto foi feita do ponto de vista técnico.
Perguntado sobre se sabia qual era o próximo projeto de Sebastião Salgado, Juliano disse que o pai já está com 71 anos e é capaz de morar meses no meio da mata e andar quilômetros por dia, portanto, não duvida de outro projeto grandioso, mas que os planos do pai são diminuir o tempo dos projetos para não ficar tanto tempo longe. Ele comentou também que o próximo projeto em que o pai e a mãe, Lelia Salgado, estão trabalhando é uma mistura de Gênesis com o trabalho social já realizado tantas vezes por Salgado, e tem como ênfase a relação entre os povos indígenas brasileiros e suas terras.
Sobre o Instituto Terra, instituição de reflorestamento de Salgado e Lelia em Minas Gerais, Juliano comentou que estão com um projeto junto com os governos de Minas e o Espírito Santo para reflorestar as nascentes do Rio Doce ao longo de seu curso, e para isso serão plantadas cerca de 125 milhões de árvores.
A Imovision irá distribuir cerca de 80 cópias do documentário por todo o país. O representante da distribuidora disse que eles tiveram muita dificuldade para encontrar salas com qualidade técnica para passar o documentário, e que a concorrência com filmes mais populares é muito grande.
A última pergunta do dia foi destinada a Juliano também, sobre as críticas que o trabalho do pai recebe, por trazer tanto senso estético a problemas sociais, e Juliano afirmou que tudo o que o pai faz ele se envolve com os problemas das pessoas e é muito tocado pelas histórias delas, e o meio que ele encontrou para fazer as outras pessoas olharem para suas histórias foram as fotos.
Veja o trailer de O Sal da Terra: