Por Wallacy Silva

 

O longa-metragem nacional COLEGAS (Buddies), dirigido por Marcelo Galvão e protagonizado por três atores com síndrome de Down, foi o grande vencedor da 11ª edição do Brazilian Film Festival of New York, responsável pela versão pioneira do festival em Miami e chega hoje em DVD para locação. Nós entrevistamos o ator português Rui Unas e descobrimos o que ele está achando de atuar em solo brasileiro, confira!


Cinemascope: Como surgiu a oportunidade de estar em COLEGAS e como foi interpretar o “Agente Portuga”?

Rui Unas: Surgiu a oportunidade depois do diretor Marcelo Galvão ter assistido  ao meu show reel e ter me convidado para o papel. Interpretar o agente Portuga foi o concretizar de um sonho: trabalhar em cinema no Brasil. O Agente Portuga foi um personagem muito engraçado de interpretar. Com um bigode (para corresponder ao preconceito que todos os portugueses usam bigodes), muito nervoso e trapalhão. Depois, a própria experiência pessoal que serviu para erradicar os meus próprios preconceitos em relação ao Síndrome de Down.

CS: O cinema brasileiro está sendo bem recebido pelo público português nos últimos anos?

RU: Infelizmente não chega cinema brasileiro às salas de cinema portuguesas. Mas das pessoas que conheço e que tem acesso ao cinema brasileiro (de forma legal ou ilegal) tem noção da variedade e qualidade do cinema do outro lado do Atlântico.

CS: Comparando com produções portuguesas, você notou alguma diferença de direção, produção ou metodologia de trabalho ao atuar em COLEGAS?

RU: A minha experiência no cinema brasileiro é reduzida. No entanto, a lei do mecenato brasileiro funciona como nunca funcionou em Portugal. Obviamente a conjuntura econômica é favorável para que haja mais produção cultural e cinematográfica em particular, no Brasil. Depois, a outra questão que tem a ver com a própria maneira de estar do brasileiro. Nisto, o Marcelo é paradigmático. Houve muito espaço para o improviso, para se fazer as coisas “na lata” ao contrário do cinema em Portugal que ainda é um pouco “sacralizado”. Não quero dizer com isto que no Brasil não se leve o cinema a sério, antes pelo contrário, mas o método é mais leve (o que não significa mais fácil) não há uma carga de que “estamos a fazer arte”.

CS: Sua participação no filme abriu portas para outros trabalhos no Brasil? Em que projetos você está trabalhando atualmente?

RU: Sim, para além do filme Colegas trabalhei também com Ana Carolina Soares na longa “A primeira Misssa” com estreia prevista para este ano. Naturalmente que estou interessado em trabalhar mais no Brasil seja em cinema ou em televisão.

 

Confira o Trailer do filme Colegas:

[youtube]Nlbn8_bzAuk[/youtube]