Texto e foto por Sttela Vasco

Abertura da 15ª edição paulistana do Anima Mundi, O Pequeno Príncipe foi apresentado para a imprensa na manhã desta quinta-feira (15). A animação, que utiliza a obra escrita por Antoine Saint-Exupéry como base, traz a história de uma garotinha que vive em função de um plano de vida minuciosamente traçado por sua mãe e de um velho aviador que busca alguém para quem possa contar uma grande aventura que viveu quando era mais jovem.

O livro mundialmente conhecido e querido já traz algo especial para o filme, mas saber o que motivou o diretor Mark Osborne a levá-lo para as telonas torna a experiência ainda mais emocionante. Osborne conta que seu primeiro contato com “O Pequeno Príncipe” foi há 20 anos atrás, quando sua então namorada o presenteou com o livro.

“Eu estava indo embora para estudar animação e nós teríamos um relacionamento à distância. Então, ela me deu o livro e citou ‘é apenas com o coração que se vê’ e disse que sempre estaríamos juntos. Foi meu primeiro contato e teve um profundo impacto em mim. Nós ficamos juntos, não foi fácil e ele se tornou uma parte do nosso namoro. Nós agora estamos casados, temos dois filhos”, conta.

Com isso na cabeça, Mark diz que nunca deixou de querer transformar o livro em filme. Usando sua própria família como inspiração – sua filha foi referência para a garotinha e seu filho dubla o pequeno príncipe em inglês. A risada do garoto, aliás, pode ser ouvida até mesmo nas versões dublada – ele começou a planejar o que se tornaria a animação.

A intenção, no entanto, nunca foi fazer algo ipisis litteris. Ou seja, a ideia sempre foi usar a obra de Exupéry como base, mas não reportá-la nos cinemas. “O livro era tão importante para mim e para tantas pessoas que eu senti que ele em si era precioso demais e não queria vê-lo ser machucado. Era mais importante para mim a minha experiência com ele, como me afetou e como afetou outras pessoas. Eu queria que o livro fosse o coração do filme”, diz.

Mark afirmou que a família Exupéry deu total apoio à animação, chegando a se emocionar com ela também. “Eles ficaram bastante felizes com a ideia dessa história maior sobre o livro e deram muito apoio”. Todo o processo levou cinco anos no total. Um período que Osborne considera como “os mais estressantes da minha vida. Eu convivi com nada apenas pressão durante esse tempo”.

O CGI foi mesclado ao stop motion como uma forma de dividir as duas narrativas que acontecem no longa. “Eu fui abordado para fazer um filme totalmente em CGI, no início. E eu senti que isso não seria certo para tudo, então, usei o stop motion como um meio mais orgânico, humano e poético para ajudar a traduzir essas ilustrações as quais estamos tão familiarizados. Seria a forma perfeita de atingir os dois mundos. O mundo dessas ilustrações e a realidade que essa garotinha vive. Era um jeito de representar a imaginação e virou uma ferramenta para contar essas realidades”, explica.

Apresentado no Festival, O Pequeno Príncipe estreia no circuito comercial em 20 de agosto, em todo o Brasil.