Da redação
“Não esqueçamos que o Brasil é um país que, ao contrário da Argentina e do Chile, por exemplo, nunca puniu os crimes de tortura. Em diferentes níveis, até hoje a sociedade brasileira aceita que se pratique a tortura”, afirma Tata Amaral. Este é um dos motivos pelos quais a diretora decidiu promover um debate aberto ao público no dia em que o filme chega aos cinemas. Na quinta-feira (16), a sessão das 20h20 do filme Trago Comigo no cinema Caixa Belas Artes será seguida por um debate entre a diretora e Eugênia Augusta Gonzaga, Procuradora Regional da República, Presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. O debate será mediado por Reinaldo Cardenuto, Doutor em Ciências pela ECA-USP.
Eugênia é uma das autoras do pedido cassação do mandato do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que indica quebra de decoro parlamentar por apologia a autor de crime, ao homenagear o torturador da ditadura Carlos Alberto Brilhante Ustra.
“O filme joga luz no desconhecimento dos jovens sobre o que foi a ditadura no País”, afirma a cineasta. O longa, que mistura depoimentos reais com ficção, inclusive conta com a participação da família Teles, vítima de Ustra e autora da ação que o reconheceu como torturador.
Trago Comigo conta a história de Telmo (Carlos Alberto Riccelli), um diretor de teatro que resolve resgatar uma história de amor que viveu na juventude e acaba por encenar no teatro a tortura que sofreu durante a ditadura no Brasil. O elenco da peça é formado por jovens atores que desconhecem o passado do país.