Como vocês sabem, aqui no Cinemascope nós priorizamos, além do cinema nacional, o cinema de minorias. Especialmente o cinema realizado por mulheres. Não à toa, a nossa fundadora, Joyce Pais, tem o Clube das Diretoras, curso contínuo que propõe uma imersão no trabalho das diretoras do Brasil e do mundo. E como falar de mulher no cinema nunca é de mais, existe um minicurso gratuito no YouTube dando sopa por aí só pra você aprender mais.

Em Autoria feminina nos primórdios do cinema: gênero e sociedade nas obras de Lois Weber e Dorothy Davenport,  o aluno acompanha quatro videoaulas de vinte minutos que abordam a participação de mulheres no cinema mudo dos anos 1910 e 1920, debatendo, principalmente, o estilo e o pensamento das cineastas Lois Weber (1879 – 1939) e Dorothy Davenport (1895 – 1977). Um dos objetivos é destacar grandes diretoras que foram esquecidas pela história canônica do cinema.

No começo do curso, explora-se como o início da indústria cinematográfica norte-americana foi propício a uma maior participação das mulheres em diversas áreas. No debate sobre a obra de Lois Weber, foi identificada uma concepção melodramática sofisticada distante do maniqueísmo vitoriano que era forte no cinema dos anos 1910. Em filmes como Sapatos (Shoes, 1916) e A mancha (The Blot, 1921) – ambos analisados no curso -, o foco é na subjetividade das personagens femininas, e os conflitos são mais internos e psicológicos. Essas propostas eram desenvolvidas a partir de um estilo realista inovador de Weber, que valorizou performances naturalistas e desenvolveu o espaço como elemento dramático essencial para refletir os pensamentos e a classe social dos personagens.

Já no debate sobre Dorothy Davenport, foi apontado como a diretora abordou temáticas sociais a partir de um estilo mais expressionista, que alguns caracterizam como precursor do cinema exploitation. A cineasta geralmente apresentou desvios fascinantes na construção de suas personagens. Em filmes como Sublime Redenção (The Red Kimona, 1923) e Linda (1929), por exemplo, as protagonistas se libertam de situações opressoras a partir de iniciativas individuais e da fraternidade feminina ao redor das personagens, não sendo resgatadas por nenhuma figura masculina.

O projeto, que foi aprovado e executado por meio do Edital Arte Salva, do Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais, é uma maneira de apreciar e exaltar a participação feminina na sétima arte, abordando nomes ainda pouco explorados e foi elaborado pelo professor Cícero Pedro Leão, que é mestre em Comunicação Social pela UFMG, com pesquisa sobre o cineasta Jean Renoir. Jornalista pela mesma universidade, atua como crítico de cinema no portal Cinemascope e na revista Rocinante.

 

Navegue por nossos conteúdos

CONECTE-SE COM O CINEMASCOPE

Gostou desse conteúdo? Compartilhe com seus amigos que amam cinema. Aproveite e siga-nos no Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e Spotify.

DESVENDE O MUNDO DO CINEMA

A Plataforma de Cursos do Cinemascope ajuda você a ampliar seus conhecimentos na sétima arte.