Em cartaz de 2 a 15 de dezembro, segunda edição da Mostra promove a exibição de curtas, médias e longas-metragens, ficcionais, documentais e de animação, realizados por moradores de bairros periféricos de capitais brasileiras, além de debates e workshops
Da redação
Pela segunda vez, o CINUSP Paulo Emílio oferece ao seu público uma mostra do audiovisual que tem sido produzido “nas quebradas”, fora do centro das grandes capitais brasileiras. Desta vez, compõem a programação da mostra filmes de diversas partes do Brasil, desde a periferia paulistana até aldeias indígenas em Pernambuco, num panorama visivelmente plural.
Os realizadores desses filmes não têm (ou não tiveram, a princípio) uma formação profissional. Muitos filmes são fruto de oficinas ministradas em comunidades, feitos pelos moradores e exibidos em seu próprio contexto, em cineclubes a céu aberto por exemplo. Alguns foram feitos visando ao circuito de festivais, outros encontraram circuitos alternativos para sua difusão. Estaria surgindo uma Nollywood brasileira?
Os filmes exibidos nessa segunda edição da MOSTRA DE CINEMA DA QUEBRADA NO CINUSP são contemporâneos (quase todos foram feitos a partir de 2010) e compartilham a utilização das plataformas digitais para sua realização e difusão. Com a crescente acessibilidade aos meios de produção (câmeras e outros equipamentos de baixo custo), a experiência audiovisual está cada vez menos restrita ao uso profissional. Não só a produção, mas também a distribuição, tem se beneficiado desse fenômeno: a internet é ferramenta fundamental para o compartilhamento dos vídeos e foi responsável pela intensa circulação de alguns deles pelo Brasil, como é o caso do longa-metragem Ai Que Vida, de Cícero Filho.
Para fazer a curadoria desta mostra, o CINUSP convidou Thais Scabio, cineasta, educadora e cineclubista, coordenadora do projeto “Cinema Digital” do JAMAC – Jardim Miriam Arte Clube. Integram a mostra filmes dos mais variados gêneros. As ficções vão do horror psicológico à comédia de tipos sociais. É notável também a grande ocorrência de documentários, sejam eles longas metragens, como O Mestre e o Divino, realizado por indígenas do projeto Vídeo nas Aldeias e premiado como melhor filme documentário no 46ºFestival de Brasília do Cinema Brasileiro, sejam pequenos vídeos de registro ou protesto, como 3 Marias, Cordel de Lá pra Cá, Loas aos Reis do Congo, Quilombo de Queimadas e 8 Mil.Muitos deles buscam a experimentação das linguagens da música e da poesia, como Quero Ser Beyoncé, Rumpi Mondé, Da Paz e Manual de Literatura (En)Cantada, entre outros.
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