Something new is growing

Pegando carona na crítica do Cleiton, aproveitei a oportunidade pra trazer pra Trilhando mais algumas palavras sobre Paradoxo, e é claro, a música de Neil Young + Promisse of the Real que embala cada momento do filme dirigido por Daryl Hannah.

Assinada por Neil Young, a trilha move o filme que por sua vez move a trilha num ciclo infinito de sintonia entre imagem e som. O ritmo vai conduzindo cada frame, cada ruído, cada cena e cada acorde de Paradoxo. Início, meio e fim se confundem nas cordas do violão e da guitarra de Neil e seu bando. A experiência sonora já vem acompanhada de uma mistura que mexe com outros sentidos de quem deixa seus fones de ouvido serem invadidos pelas 21 faixas de mais uma parceria com a Promisse of the Real, grupo que acompanha Neil Young como banda de apoio desde 2015.  

A Promisse of the Real tem em sua formação o vocalista Lukas Nelson, filho da lenda da música country norte americana, Willie Nelson. A trilha de Paradoxo é o quarto trabalho da banda junto com Neil Young. Passando pelos acordes de viola típicos dos velhos/ novos e bons tempos de Neil e pelos riffs distorcidos que parecem ter saído de músicas como as do álbum Psychedelic Pill (Neil Young & Crazy Horse), o que se ouve em Paradox – apesar de não ser algo totalmente novo – é uma construção que aponta para o futuro, se considerarmos o cenário desértico em que a trama do filme é desenrolada.

A lenda e o filho da lenda

 

 

 

 

 

 

 

 

Quem pegou a trilha antes do filme ou o filme antes da trilha vai sentir a faixa Peace Trail (2016) como um ponto alto, um divisor de águas que conecta os sons entrecortados isolados do violão de Neil com os arranjos e riffs dos membros da Promisse of the Real. Ali parece que realmente algo renasce a partir dessa fusão e conduz daí pra frente quem se encontrava totalmente perdido na busca de um ponto de referência pra se situar ou se entregar de vez à música e deixar rolar.

Se você ainda hesitou em dar o play na trilha depois de ler a crítica que o Cleiton escreveu, dá tempo de ouvir ela do início ao fim e mergulhar um pouco nesse universo paradoxal. Uma dica: bons fones e um momento tranquilo. Já que Neil Young está preparando um retorno aos palcos com a Crazy Horse, que tal colar nesse som e já ir se aquecendo pro que vem por aí? O cara nunca para. Ainda bem.

Ah! E as respostas que deixam a gente mais feliz do que “vai ser open bar”: tem na Netflix? Tem sim. Tem no Spotify? Tem também.

Manda ver!