Por Ana Lucinski

Meus queridos fãs de Senhor dos Anéis, vocês me perguntam se eu lhes contaria tudo o que há para se saber sobre as aventuras de Bilbo Bolseiro. Bem, posso honestamente dizer que lhes contarei a verdade. Enfim, nada como ter mais um pouquinho da história da Terra Média nas telonas. O Hobbit é a história antes da saga de Frodo, a história de como o anel foi parar nas mãos do tio Bilbo e as aventuras que se seguiram.

Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) é um hobbit comum, vivendo sua vida pacata no condado, até a chegada do mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), que lhe escolhe para uma aventura ao lado de 13 anões que desejam recuperar seu reino de Erebor, roubado por um dragão há muitos anos.

Fili, Kili, Balin, Dwalin, Bombur, Bofur, Bifur, Nori, Ori, Dori, Oin, Gloin e Thorin. Duvido que alguém fale isso rápido, é praticamente um trava língua os nomes ritmados dos anões dessa história.

Freeman ficou absolutamente fantástico como Bilbo. Não sei se muitos concordarão comigo, mas Bilbo é definitivamente um personagem bem mais divertido e interessante que Frodo. Claro, a história de Bilbo tem um tom bem menos sombrio que a de Frodo, mas com a interpretação de Freeman, o personagem ficou ainda melhor. Os diálogos são excelentes, principalmente quando Bilbo distrai os Trolls, mostrando a sagacidade do personagem e o talento de improvisação. O jogo de adivinhação com Gollum é um dos diálogos que mais gostei, você se pega tentando adivinhar junto com Bilbo. Freeman deu vida ao personagem com o toque certo. Acredito que muitos fãs da saga, assim como eu, vão gostar desse hobbit mais divertido, sem o peso do anel, sem a dor e a perda que Frodo carregava na história.

Os efeitos visuais estão fabulosos!! Se O Senhor dos Anéis foi belo, não há como negar que O Hobbit: Uma Jornada Inesperada está magnífico. As cenas na floresta, as fugas, os coelhos, as aranhas, os elfos, o dragão, absolutamente belo. Visualmente o filme é um deleite aos olhos. Os cenários estão ainda melhores. As cenas das luta de montanhas são incriveis.

O software de efeitos especiais usado em Senhor dos Anéis foi atualizado para a confecção de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada, e devo dizer que o trabalho foi muito bem sucedido. Está impecável em acabamento, e muito mais bem feito que na saga de Senhor dos Anés.

Porém, de que adianta tanta beleza se o roteiro não está aos pés?! Isso é mais um desabafo que uma crítica em si, pois estou cansada de filmes belíssimos com roteiros fracos, com erros horrendos de continuidade, com falhas terríveis de lógica! E sim, mesmo para histórias fantasiosas como essa, um mínimo de lógica é necessária (não que o filme tenha erros de continuidade grotescos e falhas terríveis, como eu disse, é mais um desabafo).

Para que colocar uma cena onde os personagens desabam montanha abaixo, uma criatura monstruosa cai sobre eles e ninguém, NINGUÉM mesmo, quebra um ossinho, desloca sequer um dedinho! Eu sei que O Hobbit tem um tom bem mais leve que o Senhor dos Anéis, mas se o diretor quis dar o mesmo ar sombrio para o filme, se escolheu fazer cenas mais tensas, não tentasse fazer comédia como em um desenho animado. Isso me desagradou. Você ri na cena? Ri, mas quando todo mundo levanta como se não tivesse acontecido nada, você percebe que está faltando alguma coisa. Machucado, é isso o que mais falta nessa adaptação.

Isso é mais uma critica às escolhas do diretor, e não a história em si. J.R.R. Tolkien não tem culpa nenhuma nisso.

O roteiro é cansativo. Mesmo com os diálogos divertidos, ainda sim tudo fica tedioso. Não sei se o erro foi pegar um único livro e transformar em uma trilogia cinematográfica, ou permitir que a primeira parte da saga tivesse quase três horas de duração. É uma “encheção de linguiça” tão discarada que cheguei a me sentir ofendida. Afinal de contas você vai ao cinema, paga pelo ingresso e assiste a uma história cheia de enrolação, que não chega a lugar nenhum e percebe que depois de quase três horas, ou melhor, depois de 169 minutos, nada significativo aconteceu, eles apenas começaram sua jornada. Frustrante.

Para fãs assim como eu, é uma pequena alegria ver personagens já conhecidos novamente na telona. Mesmo com as deficiências do roteiro e com as cenas sem sentido, ainda sim, o fato de O Hobbit resgatar a magia do Senhor dos Anéis me agrada. A música cantada pelos anões é definitivamente de arrepiar aqueles que gostam da saga. É como se não acabasse no Retorno do Rei. A beleza agrada muito, mas a enrolação não.

E por favor, ‘dêem um pônei ao pequeno’. Adorei.

* Não pude evitar as comparações com Senhor dos Anéis, pois a história envolve personagens da saga, é uma parte da história também. Sem contar que o diretor é o mesmo.

 

O Hobbit: Uma Jornada InesperadaO Hobbit: Uma jornada inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey)

Ano: 2012

Diretor: Peter Jackson.

Roteiro: Fran Walsh, Peter Jackson, Philippa Boyens, Guillermo Del Toro.

Elenco Principal: Martin Freeman, Elijah Wood, Cate Blanchett, Ian McKellen.

Gênero: Aventura.

Nacionalidade: EUA.

 

 

Veja o trailer:

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Galeria de Fotos:

A fotografia de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada é abordada em detalhes no curso Direção de Fotografia ministrado pelo professor Kiko Barbosa. Mais informações no link abaixo.

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