Por Domitila Gonzalez
Penélope Cruz: musadivadeusa de Pepê Almodóvar que andou dando umas canjas bem dadas em filmes de Woody Allen. Ela é indefinível. De prostituta inveterada a mãe de família, passando por pirata danada e amante sincera, é só ela esbugalhar aqueles olhões amendoados que a gente logo se derrete.
Por isso, mais do que merecido um 5+1 da moça pra gente ver o quanto ela é versátil.
Abraços Partidos
Já que versatilidade é a palavra da vez, duvido que alguém use tantas perucas num longa-metragem e fique tão lindo quanto ela em TODAS as opções. Até na chanel desarrumada branquela toda sem graça a moça conseguiu ficar graciosa. Não tem jeito. Engraçado que esse nunca é um filme superfalado do Almodóvar, mas logo que eu penso no filme, eu penso nela. Na rápida trajetória de Lena pela história, a gente se encanta por ela junto com Mateo e também chora sua morte. Como pode uma mulher chamar a atenção num filme focado na figura masculina? Não sei, sei que Penélope Cruz é assim.
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Outro momento sensível de sua carreira, ainda em parceria com Pepê, é a personagem Raimunda. Gosto como as mulheres de Almodóvar são retratadas. O texto dele é tão rico, tão cheio de nuances e ele se faz tão minucioso na direção que se não acreditássemos tanto em seus personagens, o discurso correria o risco de se tornar puramente um absurdo. Ponto pra dupla que fez o enterro do ex-marido bêubudo transportado num frigorífico de bar parecer um encontro casual de fim de tarde com seu melhor amigo.
Piratas do Caribe
Já que Will Turner foi deixado na rua da amargura e condenado a capitanear um navio cheio de marujos melequentos, nada mais natural do que o pirata mais procurado dos sete mares ganhar uma companhia feminina. Porque afinal de contas, tudo o que faltava na vida de Jack Sparrow era uma moçoila com quem ele pudesse brigar pela maior quantidade de ouro que conseguisse. Penélope Cruz gravou gravidíssima e até onde sua barriguinha lhe permitiu atuar sem perigo nenhum, ela continuou. Mas em algumas cenas teve que ser substituída por sua irmã Mónica Cruz, que é superparecida com a moça e não deixou a desejar. Mas como igual à Pê não existe ninguém, um filme de pirataria não podia faltar no currículo dela, né, Braseel? #ArrasandoOsSeteMares
Nine
E é numa adaptação safada de 8 ½ , clássico de Fellini, que somos apresentados a uma horda de mulheres poderosas. De “filme sobre um cineasta que quer fazer um filme” a “filme sobre as mulheres de um homem” foi um pulo. E então vemos Penélope usar roupas espalhafatosas e – MELDELS, MAS ERA SÓ O QUE FALTAVA! – abrir o vozeirão e dar uma canja pra esse bando de marmanjos que só fizeram babar nos espartilhos e na cena muito bem coreografada dela. E aí, meu povo, distribuo pontos pro roteiro e pro casting. Ninguém era cantor ali, com exceção de Fergie (licious). Mas se parar pra pensar, quem precisa de cantores excepcionais quando se tem, PRESTENÇÃO!, Daniel Day-Lewis, Judi Dench, Nicolle Kidman, Penélope Cruz, Sophia Loren e MARION COTILLARD no elenco? Tapa na cara da sociedade. Mesmo amando Marion, Penélope arrasa e eu prefiro mil vezes vibrato desafinado dela que o da Amanda Seyfried. Vou falar disso pra sempre, #MeJulguem.
Vicky Cristina Barcelona
Bom, então já que começamos a esquentar, vamos pegar fogo de vez. Sai da frente que Maria Elena tá chegando! E no melhor estilo espanhol de fazer barracos, ela não só contracena com seu marido Javier Barden como lasca um #BeijoGay na personagem de Scarlett Johansson. Vicky Cristina tá nos meus favoritos da vida pelo conjunto da obra: Woody Allen na direção e roteiro arrasando em suas narrações mucho locas, os contrastes de cores e também de temperaturas de personagens, a trilha seeeensacional e, claro, Penélope Cruz. Lindas cenas, lindas! Adoro a sequência das fotos na parede pichada. Não tem jeito, onde ela aparece, ela causa um frisson.
Filme além dos clichês…
Vanilla Sky
Taí um filme além dos clichês. Sofia é uma personagem escrita para fazer com que, junto com David (Tom Cruise) você se apaixone por ela. Penélope Cruz tinha 27 anos quando o filme foi exibido pela primeira vez e consegue realizar a tarefa de encantar corações sem nenhuma preocupação extra. Atriz e personagem exalam juventude, e, num rosto quase sem maquiagem, podemos ver toda sensibilidade de Penélope escorrendo em seu olhar e seu sorriso. Não é um filme de fácil entendimento e digestão. Merece destaque e vale a pena ser visto justamente por isso. Foge do usual e também traz Tom Cruise e Cameron Diaz com carinha de bebê, mas já com uma bagagem artística sem tamanho.