Por Lívia Fioretti
Com a explosão de aplicativos como o Instagram, o mundo da fotografia entrou em uma estrada sem volta. Atualmente qualquer um pode se “tornar um Cartier Bresson” com a ajuda de vários filtros e, entre estes, o clássico preto e branco dominou as redes sociais de todos. Não pense que foi apenas sua prima de segundo grau que caiu nas graças do p&b, muitos cineastas também são apaixonados por ele.
Ida (2013)
Vencedor de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar de 2015, o polonês Ida foi disparado o dono da mais bela fotografia que vi nos últimos anos. Cada cena parece te levar diretamente para uma íntima exposição de fotografias polonesas, retratando a solidão e as dúvidas da freira Anna (Agata Trzebuchowska). A jovem, que ao visitar sua única parente viva antes de realizar seus votos, acaba descobrindo a verdade sobre seu passado e sua real identidade.
Sin City (2005)
Idealizado e dirigido pela dupla Frank Miller e Robert Rodriguez, o filme traz às telonas a adaptação da clássica novela gráfica homônima. Sin City fez muito barulho na época de seu lançamento (e faz até hoje) por causa de seu visual inovador e o look and feel similar ao da obra original. Além do elenco de peso, é reconhecido pelo seu processamento de cor: majoritariamente preto e branco com alguns objetos especiais coloridos.
Frances Ha (2013)
Antes de mais nada, vale a pena dizer o quão apaixonante é este filme. Quem resistir à cena da protagonista dançando em Manhattan ao som de Bowie, deve se internar urgentemente. Escrito e dirigido por Noah Baumbach em parceria com Greta Gerwig, que o estrela, o filme conta a história de uma jovem que tenta desbravar a vida adulta da forma mais verdadeira já retratada no cinema. A história de Frances Hadigitally foi filmada em preto e branco como homenagem às colaborações de Woody Allen e seu diretor de fotografia Gordon Willis em filmes como Manhattan.
Nebraska (Alexander Payne, 2013)
A saga de Woody Grant (Bruce Dern) não desperta apenas a cobiça dos habitantes da cidade e de sua família, mas também de grandes cineastas, já que o longa foi indicado a seis Oscars. A busca do idoso por seu suposto premio milionário teve sua iluminação projetada especialmente para a triagem P&B já que o diretor pretendia transmitir um “olhar icônico”. Você sabia que foi produzida uma versão colorida do longa para acalmar as preocupações da distribuidora?
O Artista (2011)
O filme mostra a transição do cinema mudo para o falado por meio das trajetórias do astro George Valentin (Jean Dujardin) e da dançarina Peppy Miller (Bérénice Bejo). Os detalhes técnicos (lentes, iluminação, fotografia, movimentos de câmera) reproduzem exatamente os que eram utilizados na época dos filmes mudos.
E o filme além dos clichês…
A Fita Branca (2009)
Esta obra de Michael Haneke conta a história de uma misteriosa vilã alemã antes da primeira guerra mundial, onde um grupo de crianças pode ser a chave para muitos segredos. Para a ambientação da obra, foram estudados os filmes preto e branco feitos por Ingmar Bergman em parceria com o diretor de fotografia Sven Nykvistz, por isso há tanta presença de fontes de luz como lâmpadas a óleo e velas nas cenas filmadas em ambientes fechados. Já nas externas, que necessitavam de iluminação artificial, sombras desnecessárias foram removidas na pós-produção.
