Por Juliana Mangorra
“Cada minuto que passa é um milagre que não se repete”. De acordo com o ditado, não há como rever o que já passou. Por mais que diversas tecnologias tenham sido inventadas, o tempo é algo que o ser humano ainda não consegue controlar. Podem-se medir as horas, programar os seus afazeres, mas até agora não há como voltar atrás e repetir momentos, reparar erros ou recuperar o que se perdeu. A única forma é através da fantasia, como a que o cinema nos proporciona. Então, esse #5+1 é dedicado a uma lista de filmes relacionados a esse tema.
De Volta para o Futuro (Trilogia – 1985, 1989 e 1990 – Robert Zemeckis)
Ao falar de produções cinematográficas sobre viagens no tempo, como não se lembrar da trilogia De Volta para o Futuro? A história do cientista maluco Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd), que transforma um carro numa máquina do tempo e viaja para o passado junto a seu jovem amigo Marty McFly (Michael J. Fox) se tornou um fenômeno mundial. O clássico é marcante também pelas previsões do futuro, em 2015, criadas nos filmes: algumas acertadas, como as “pranchetas digitais” (tablets) e as vídeo-chamadas (Skype), e outras de pura ficção científica, como skates voadores. Os personagens principais se metem em diversas confusões e procuram repará-las antes de regressar para o presente.
O Homem do Futuro (2011 – Claudio Torres)
Embora o enredo também envolva viagens em máquinas do tempo e a presença de um cientista, a produção nacional O Homem do Futuro não é semelhante a De Volta para o Futuro. Neste último, os protagonistas viajam acidentalmente. Enquanto isso, o “homem do futuro”, Zero (Wagner Moura) viaja determinado a encontrar com seu “eu mais jovem” e lhe dar conselhos na tentativa de mudar a sua vida atual. Entretanto, o filme não tem tanta preocupação, como a maioria, com os prejuízos que podem ocorrer no presente nem da loucura de falar consigo mesmo.
Meia-noite em Paris (2011 – Woody Allen)
Muitas pessoas acreditam na falsa ideia de que seriam mais felizes se nascessem em outra época. Um exemplo é Meia-noite em Paris, onde o personagem principal, Gil (Owen Wilson), deseja viver em Paris nos anos 1920. Assim, ele teria inspiração para escrever o seu romance, pois estaria ao lado de grandes artistas e intelectuais como Ernest Hemingway e Salvador Dalí. Após ser transportado para a “Era de Ouro” parisiense, Gil consegue perceber o equívoco desse sonho ao conhecer Adriana (Marion Cotillard), que tem a mesma ilusão que a sua em relação ao passado.
Feitiço do Tempo (1993 – Harold Ramis)
O que você faria se parasse no tempo e vivesse eternamente o mesmo dia? Em Feitiço do Tempo, Phill (Bill Muray) é enviado à Punxsutawney para fazer a reportagem sobre o “Dia da Marmota”, no qual um esquilo prevê o início da primavera. Phill e seus colegas, Rita (Andie MacDowell) e Larry (Chris Elliott) acabam não conseguindo sair da cidade, devido a uma forte nevasca. Além de odiar essa matéria que realiza todo ano, o protagonista fica preso no dia dois de fevereiro, vivenciando sempre os episódios daquele mesmo dia e refletindo sobre as suas ações com as pessoas ao seu redor.
Efeito Borboleta (2004 – Eric Bress e J. Mackye Gruber)
Existe o desejo de voltar para corrigir algo que fez errado ou deixou de fazer. No entanto, muitos filmes mostram que essas alterações no passado são perigosas, em razão das consequências geradas no presente. O título é uma alusão a Teoria do Caos, que diz que algo tão pequeno como o bater das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo. Ou seja, uma mínima mudança feita pelo protagonista Evan (Ashton Kutcher) ocasionava catástrofes na sua vida e na dos seus amigos. Ele fazia regressões à sua infância, mental e fisicamente, para tentar consertar determinadas situações. No entanto, essas modificações são acarretadas em problemas futuros.
Filme além dos clichês…
O Curioso Caso de Benjamin Button (2009 – David Fincher)
Diferente das outras obras, onde os personagens retornam para outras décadas, muitas vezes usando máquinas do tempo, O Curioso Caso de Benjamin Button aborda essa questão em outras circunstâncias. Benjamin (Brad Pitt) nasce com a aparência e estrutura física de um idoso e vai rejuvenescendo aos poucos. O cinéfilo já deve ter ouvido alguém falar que se tivesse a “cabeça de hoje” quando tinha determinada idade, teria feito outras escolhas. De certa maneira, isso é o que acontece com o protagonista. No momento em que ele fica jovem, ele possui experiência e maturidade de um ancião. O conto homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald, que deu origem ao filme, foi inspirado numa observação de Mark Twain. Ele afirmava ser uma pena que a melhor parte da vida viesse logo ao começo e a pior parte ficasse para o final.