Por Kiko Barbosa

Guiar os olhos dos espectadores por uma tela a fim de acompanhar uma narrativa é uma tarefa que demanda planejamento e precisão. É claro que a técnica envolvida é importante, como a escolha das lentes que vão ser usadas, os movimentos de câmera, além de todas as outras questões que nos auxiliam a propor um universo.

Entretanto, é necessário ter uma das habilidades socioemocionais mais importantes para justificar as suas escolhas: a empatia. É ela que vai guiar o público por uma estrada construída pela equipe do produto audiovisual.

Perguntas como “o que as pessoas precisam ver para entender o filme?” facilitam o direcionamento do diretor de fotografia para enquadrar corretamente uma cena. A isso se alia o conhecimento de processos cognitivos e a utilização de ferramentas que tornam um signo compreensível a alguém.

A empatia do espectador

É importante reparar como nós reagimos quando somos expostos a algum material audiovisual, seja ele um filme de ficção, documentário ou publicidade. Ao assistirmos, nossa consciência faz perguntas o tempo todo, pois o instinto psicológico humano para encontrar padrões não descansa. Quando assumimos a função de diretor de fotografia não podemos negligenciar elementos visuais inseridos em cena. Cada objeto é um dispositivo potencial que auxilia a compreensão da história por parte do espectador.

Uma das ferramentas para a construção emocional da narrativa é o próprio enquadramento. Esta técnica estabelece uma composição visual direcionada à leitura do espectador e é dividida em:

  • Definição proposta para cada enquadramento: compreende o espaço fílmico em toda sua profundidade. Também inclui o que ficará em campo e fora de campo.
  • Angulação da câmera: destaca ou suprime as linhas de perspectiva, influenciando como o espectador encara o que é mostrado.
  • Lente: seja ela grande angular ou teleobjetiva, a perspectiva gerada facilita a compreensão espacial do ambiente.

Além desses elementos, existem outros como o ritmo visual, a cor e as relações de iluminação, que compreendem o brilho de cada objeto no quadro. Essas ferramentas estão à disposição para que o diretor de fotografia trabalhe os conceitos psicológicos desejados.

O papel do diretor de fotografia

Contudo, se tais instrumentos forem escolhidos sem o objetivo de expor o espectador à emoção desejada, tornam-se apenas artimanhas estéticas. A direção de fotografia não precisa necessariamente produzir imagens bonitas. O importante é gerar cenas que comunicam.

Às vezes, um incomodo visual pode auxiliar a transmitir a emoção desejada. Por isso, é importante estimular a curiosidade e responder com a câmera as possíveis perguntas que o espectador vai fazer na sala de cinema. Munido de respostas, o público participa mais ativamente do universo construído e desenvolve mais empatia com os personagens, bem como maior surpresa diante dos eventos vividos por eles.

Os efeitos da empatia criada pelas imagens de um filme  são abordados em profundidade  no curso de Direção de Fotografia, ministrado pelo professor Kiko Barbosa. Mais informações no link abaixo.

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