Depois do sucesso de O Massacre da Serra Elétrica (1974), pouco tempo depois seria lançado o segundo marco do gênero slasher: Halloween – A Noite do Terror (1978). Filme dirigido por John Carpenter, responsável por outros clássicos do horror como Enigma de Outro Mundo  (1982), Os Aventureiros do Bairro Proibido (1986) e Eles Vivem (1988). Aqui o gênero começava a ser levado a  sério e surgia o icônico personagem Michael Myers que iria ganhar espaço na cultura pop junto com Jason Voorhees, Freddy Krueger entre outros.

Jamie Lee Curtis e John Carpenter no set de Halloween (1978).

“Nós tínhamos pouquíssimo dinheiro e um elenco muito jovem. […] Mas tudo era apenas um filme em que o personagem principal, o cara com a máscara, não era exatamente um ser humano. Ele não tinha características humanas. Ele era mais como uma máquina. Ele era mal puro. Era isso que eu queria. É o mal vindo do nada, mal sem background, o que me aterroriza como ser humano… que uma forma de mal como essa pode chegar até a minha porta sem um propósito, sem um passado, sem uma origem. Então era essa a ideia por trás do filme. Foi tudo colocado junto para assustar você.” — Carpenter, em entrevista ao The Hollywood Reporter.

AS ORIGENS DO BICHO PAPÃO

O roteiro de Halloween foi escrito pelo próprio John Carpenter em parceria com Debra Hill. O título original seria The Babysitter Murders, ou em português ‘Os Assassinatos das Babás’ e se passaria em mais dias e não em somente uma noite como acabou ficando no final. O filme foi rodado em apenas 20 dias com um orçamento de US$300 mil e arrecadou cerca de US$47 Milhões nos Estados Unidos. É considerado um dos filmes independentes mais rentáveis da história.

Seu grande sucesso cunhou para sempre o termo slasher e fez surgir possíveis cópias nos anos seguintes com produções que faziam alusões a datas especiais. São filmes como: A Morte Convida para dançar (1980) cujo título original, Prom Night, faz referencia a noite de formatura dos Estados Unidos, Dia dos Namorados Macabro (1981), Feliz Aniversário Para Mim (1981) e A Noite das Brincadeiras Mortais (1986), que o título original April Fool’s Day, fez referencia ao dia primeiro de Abril, o dia da mentira. Além é claro, de outros filmes que tentaram repetir a mesma fórmula de Halloween, como: Don’t Go in the House (1979), Mensageiro da Morte (1979) e Trilha de Corpos (1980). Além disso, ainda cunhou a idéia de um vilão indestrutível, quase imortal e que veríamos em produções seguintes como Sexta-Feira 13 (1980) e A Hora do Pesadelo (1984).

Jamie Lee Curtis e a co-roteirista Debra Hill, conversam nos bastidores de Halloween (1978).

 A produção foi o terceiro longa dirigido por Carpenter para cinema depois de Dark Star (1974) e o Assalto à 13ª DP (1976. O diretor que tinha 30 anos na época, também compôs a trilha do longa em apenas 4 dias e que se tornou uma marca registrada da franquia. Ela se junta a outras trilhas marcantes do terror como as de Psicose (1960) e O Exorcista (1972). A icônica máscara usada por Michael Myers é, na verdade, a máscara do personagem Capitão Kirk, interpretado por William Shatner, na série de TV Star Trek. Devido ao baixo orçamento da produção, o produtor comprou uma máscara barata do personagem, a pintou de branco e algumas poucas modificações. O próprio Shatner só foi descobrir o fato anos depois.

Halloween foi o primeiro filme slasher a fazer a associação sexo é igual a morte, mesmo que, a princípio, o objetivo não era exatamente esse. O assassinato ocorre após os personagens Lynda e Bob terem relações sexuais. Essa combinação como um dos elementos do terror slasher foi consolidada posteriormente em Sexta-Feira 13 (1980). “Os cineastas de Halloween, John Carpenter e Debra Hill, disseram que as mortes foram um acaso da circunstância e que não apresentavam qualquer tipo de julgamento moral severo que o filme, ou os cineastas, quisessem impor a seus espectadores.” Conta David Grove no livro Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake.

Tony Moran intérprete de Michael Myers , nos bastidores de Halloween (1978).

É interessante reparar também que, contrariando o que se espera na maioria das vezes em um filme de terror, temos muitas cenas de Michael durante o dia ao ar livre e nem por isso as cenas são menos assustadoras. O medo é criado pelo uso de espaços vazios, a falta de pessoas por quem pedir socorro. Além do choque entre uma pacata cidade do interior e a presença de um assassino.

 “John Carpenter, na simplicidade de Halloween, brinca com essa ideia do bicho-papão, do mal sem rosto que tem como única motivação matar, matar, matar… O próprio Dr. Loomis dá a pista, ao se referir a Michael como ‘aquilo’. Ele é o Mal, simples e direto. E, portanto, como os medos que cultivamos na infância e que remetem ao universo dos contos-de-fadas, sua única função e assustar. Acreditamos aí estar o êxito do filme, que nenhum de seus imitadores conseguiu. A máscara Ihe confere essa aura de irrealidade, de pesadelo, assim como suas aparições, seja quase perdido em meio à paisagem suburbana (quando Laurie o vislumbra pela primeira vez) ou escondido na escuridão, como se estivesse fundido as sombras, se projetando delas para atacar.” Trecho da dissertação de mestrado A Cultura do Lixo. Horror, Sexo e Exploração no Cinema, de Lúcio Franciscis dos Reis Piedade

O ELENCO

Jamie Lee Curtis, como Laurie em Halloween (1978).

Para interpretar a mocinha do filme foi escalada uma atriz que já tinha a família relacionada ao universo do terror. Jamie Lee Curtis, a intérprete de Laurie no filme, é filha da atriz Janet Leigh que interpreta Marion Crane em Psicose (1960). Halloween foi o primeiro filme na carreira de Jamie e era a única atriz no filme a ter a idade de sua personagem, 20 anos na época. Ainda dentro da franquia, mãe e filha contracenaram juntas anos mais tarde em Halloween H20 (1998).

Apesar de, inicialmente, não gostar do gênero terror, Jamie Lee Curtis ficou famosa justamente por atuar, além de Halloween em outros filmes do gênero como O Nevoeiro (1980), Baile de Formatura (1980), O Trem do Terror (1980), Jogos de Estrada (1981) e Halloween 2 (1981). Ganhou até o título de Scream Queen, ou Rainha do Grito.

Donald Pleasence, como Dr. Loomis em Halloween (1978).

Inicialmente Carpenter se sentiu intimidado por ter Donald Pleasence, como Dr. Loomis em seu elenco. Ele era um ator que já tinha grande experiência no cinema interpretando, por exemplo, o vilão Blofeld em Com 007 Só se Vive Duas Vezes (1967). Mas, a parceria deu tão certo que os dois trabalharam juntos novamente em Fuga de Nova York (1981) e Príncipe das Sombras (1987). Além de Pleasence, foram sondados os atores Peter Cushing, que além de atuar em filmes de terror nas décadas anteriores, foi o vilão  Grand Moff Tarkin em Star Wars – Uma Nova esperança (1977) e Christopher Lee, que já havia interpretado inclusive o Drácula em O Vampiro da Noite (1958). Lee chegou a dizer depois, que esse foi o maior erro de sua carreira.

Halloween: A Noite do Terror (1978), de John Carpenter

15 anos após assassinar sua irmã quando tinha apenas 6 anos, o psicopata Michael Myers (Tony Moran) escapa da instituição psiquiátrica que estava internado. Ele volta à sua cidade natal para continuar com seus crimes às vésperas da noite de halloween. Halloween é conhecido como “o filme de terror quase sem sangue”. Muito pouco das mortes é visto em cena, elemento que iria mudar bastante nas produções seguintes do gênero que traria até dezenas de morte das mais diferentes formas. Fato que banalizou um pouco o gênero tirando o foco do mistério para mostrar jovens idiotas sendo mortos.

A cena de abertura, em que vemos o assassinato da irmã por de trás da máscara, pelos olhos do próprio assassino se tornou um ícone. Até hoje ela é citada como referencia no gênero. Ainda mais pela descoberta, no final desta, que Michael ainda era uma criança quando cometeu o assassinato. O primeiro capítulo de Sexta-Feira 13 vai utilizar esse artifício durante todo o filme. Diversos assassinatos são realizados com uma visão em primeira pessoa, escondendo a identidade do assassino até o final (e que não é o Jason). A própria franquia Halloween, também vai utilizar esse recurso diversas vezes.

Durante o filme, em dois momentos as babas assistem a TV junto com as crianças que elas cuidam. Os filmes exibidos são O Monstro do Artico (1951) e Planeta Proibido (1956), são homenagens que Carpenter incluiu no filme devido a influencia desses em sua vida. Em Pânico (1996), foi Halloween o homenageado. Em uma das cenas, os jovens estão em uma festa e assistem ao filme na TV.

Halloween 2 – O Pesadelo Continua (1981), de Rick Rosenthal

Depois de sobreviver ao ataque de Michael Myers (Tony Moran), Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) é levada para Haddonfield Memorial, um hospital local. Apesar de levar seis tiros do psiquiatra Samuel Loomis (Donald Pleasence) Myers escapa e continua fazendo vítimas pela cidade. Porém, seu objetivo é assassinar Laurie no hospital.

Carpenter deixa a direção e fica com o roteiro, repetindo a dupla com Debra Hill. Nessa segunda parte vai ser decisiva para o seguimento da franquia. Nesse momento descobrimos que Myers e Laurie Strode são meio irmãos e por isso a fixação dele por perseguir a moça. Nas demais produções que Mychael aparece, sua buscas sempre vão ser em torno de algum familiar.

Esse pretendia ser o último filme da relação Michael e Laurie. O capítulo seguinte conta uma história completamente diferente e com a ausência desses personagens. A falta de sucesso deste, fez com que Myers retornasse a franquia sete anos depois.

Halloween 3 – A Noite das Bruxas (1982), de Tommy Lee Wallace

Esse é o único filme da franquia a não ter Michael Myers como personagem central. Existem duas versões para as razões disso. Uma diz que a idéia inicial para a franquia Halloween seria uma série de filmes com diferentes histórias envolvendo o dia das bruxas. Por tanto, a história de Michael estava encerrada com os dois primeiros filmes, por isso, o terceiro trata de uma história totalmente diferente. Outra seria que o filme, apesar de não ter nenhuma relação com os dois primeiros, utilizou o título apenas como forma de atrair público e aproveita o sucesso da história do psicopata..

Em Halloween 3 – A Noite das Bruxas envolve a história de uma fábrica de máscaras e seu dono maluco cujo seus produtos fazem com que as cabeças eclodam na noite de Halloween e saiam cobras e animais peçonhentos de lá de dentro. Um casal que até então não se conheciam, depois de acontecimentos estranhos, começam a investigar o caso e descobrir uma forma de evitar a tragédia antes do dia das bruxas.

A produção aproxima muito mais do sci-fi do que do terror. Fazendo com que muitos fãs de ficção científica e do trash tenham um certo apreço pela produção. Talvez se ao invés de aproximar tivessem distanciado da franquia Halloween o filme fosse hoje lembrado por outros aspectos e não por ser um corpo estranho no meio da franquia.

Halloween 4 – O Retorno de Michael Myers (1988), de Dwight H. Little

Depois de 10 anos em um manicômio alimentando seu desejo de vingança, Michael Myers (George P. Wilbur) escapa. Seu objetivo é ir até a sua cidade natal, Haddenfield para assassinar outro familiar, a sua sobrinha Jamie Lloyd (Danielle Harris) e acabar com a família.

Aqui voltamos ao escopo original da franquia depois de um episódio mais pro lado da ficção científica do que para o terror. Como o próprio título indica, o filme retorna a figura de Michael Myers como protagonista do filme. Apesar de na época de seu lançamento não ter sido muito bem recebido, recentemente ele tem sido redescoberto e muitos críticos o apontam como um dos melhores da saga. Ele é bem lembrado pelo seu final chocante e inicia uma idéia de que não seria só Michael o psicopata da família.

Esse é o primeiro de quatro filmes que a atriz Danielle Harris atua na franquia Halloween. Ela reprisa o personagem em Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers (1989) e participa também dos remakes feitos em 2007 e 2009 por Rob Zombie.  Halloween 4 arrecadou três vezes mais do que o seu custo inicial.

Halloween 5 – A Vingança de Michael Myers (1989), de Dominique Othenin-Girard

Depois de sobreviver aos ataques do maníaco Michael Myers (Don Shanks), sua sobrinha Jamie Lloyd (Danielle Harris) perde a fala e desenvolve uma ligação telepática com seu tio. O Dr. Sam Loomis (Donald Pleasence), ao descobrir tal fato passa usar a ligação para fazer uma armadilha para pegar o assassino.

Contrariando o que parecia ser o destino da franquia, devido ao final do capítulo anterior, Michael Myers volta a ser o vilão do filme. Em Halloween 4, parecia que outro membro da família Myers seria o serial killer da vez. Os produtores, então, descartaram um roteiro que já estava pronto para dar sequência ao filme anterior e contratou um novo roteirista, Michael Jacobs, para reescrevê-lo e colocar um pouco mais de violência na história.

O filme iniciou sua produção sem o roteiro estar concluído. O que fez a produção sempre ter que marcar novas gravações o que acabava confundindo todo mundo sobre o andamento da história. Foi um capítulo que quase enterrou a franquia de vez.

Halloween 6 – A Última Vingança (1995), de Joe Chappelle

Michael Myers (George P. Wilbur) retorna mais uma vez para tentar colocar fim a família. Dr. Loomis (Donald Pleasence), psiquiatra que acompanha seu caso a anos, está preparado para acabar com o que ele chama de personificação do mal. Aqui, Michael está relacionado com uma espécie de seita. Uma dica que já tinha sido dada no episódio anterior com um personagem completamente vestido de preto que sempre aparece nas cenas dos crimes do serial killer sem muita explicação.

Esse foi o último episódio que Donald Pleasence participa como Dr. Loomis. O ator falece nesse mesmo ano vítima de problemas cardíacos. Nesse episódio temos a presença de Paul Rudd tentando derrotar Michael Myers. No mesmo ano ele também esteve no clássico teen As Patricinhas de Berverly Hills (1995).

Halloween H20 (1998), de Steve Miner

Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), a fim de escapar dos ataques de Michael Myers (Chris Durand), seu irmão psicopata, forjou sua própria morte. Agora ela assume a identidade de  Keri Tate e trabalha como diretora de uma escola, mas ainda assim, vive com um medo constante de que Myers a encontre. 20 anos depois o psicopata a encontra e coloca em risco não só a vida dela, mas também de seu filho John Tate (Josh Harnett).

Depois de ter ficado longe da saga desde Halloween 2, Jamie Lee Curtis volta interpretando mais uma vez a personagem Laurie Strode. O subtítulo do filme H20 faz referência a história se passar 20 anos após os acontecimentos do primeiro longa. Laurie é diretora de uma escola em que seu filho também é estudante. Ela ainda não superou o trauma por ter encontrado com Michael e tem medo de que ele possa aparecer numa noite de Halloween. Até que ele realmente aparece.

O jovem Joseph Gordon-Levitt em Halloween H20 (1998).

Esse filme é claramente influenciado pelo então recente sucesso de Pânico (1996) e Pânico 2 (1997). É cheio de falsos alarmes com sustos que na verdade, são apenas pessoas comuns se esbarrando e referências a outros filmes de horror. A maior delas é a participação de Janet Leigh. A atriz é protagonista do clássico de Alfred Hitchcock, Psicose (1960) e, como já dito, também é mãe de Jamie Lee Curtis na vida real. No filme ela faz o papel de uma espécie de secretária na escola. Numa das cenas vemos indo embora de carro, e o veículo que ela dirige é parecido e tem a mesma placa que ela usa no filme de Hitchcock.

Nesse episódio, o jovem ator que dá as caras é Joseph Gordon-Levit, que não tem um encontro muito promissor com Michael.  No ano seguinte, ele estaria em 10 Coisas que Odeio em Você (1999) e dez anos depois, seria o protagonista de 500 dias com ela (2009).

Halloween – Ressurreição (2002), de Rick Rosenthal

Um grupo de jovens participa de um reality show em que precisam passar a noite de Halloween na casa onde o maníaco Michael Myers (Brad Loree) passou a infância. Tudo é transmitido em tempo real pela internet. Porém, Myers que estava aparentemente morto, volta a casa e está disposto a acabar com os intrusos.

Esse filme parece aproximar mais da comédia do que propriamente do terror. É aquele tipo que não dá para entender muito bem qual é a proposta. Parece uma crítica aos realities shows que começavam dar as caras nessa época, mas ao mesmo tempo, não.

Em um determinado momento, jovens estão assistindo ao programa na TV em uma casa onde ocorre uma festa de Halloween. Um deles consegue conversar com uma das participantes através de seu celular e lhe dar instruções sobre onde o Michael está e indicar um possível caminho por onde ela pode fugir e coisas do tipo. A cena reflete exatamente a situação em que nós expectadores ficamos quando assistimos a filmes desse gênero, tentando direcionar as pessoas para que elas sobrevivam. A diferença é que aqui, os personagens têm sucesso de conseguir comunicar com o que eles vêem na TV.

Halloween – Início (2007), de Rob Zombie

Michael Myers (Daeg Faerch) aos 10 anos tem uma infância difícil. É atormentado pelos colegas de escola e tem uma família no mínimo estranha. O garoto tem atitudes estranhas e usando máscara de palhaço, ele costuma maltratar pequenos animais e até matá-los. Depois dos professores descobrirem fotos dos animais sendo maltratados e um gato morto na mochila de Michael, sua mãe é chamada na escola e o psiquiatra da escola, Dr. Loomis (Malcolm McDowell) oferece ajuda para tratar do garoto. Era apenas o início de uma vida difícil para o garoto e sua família.

Este é o primeiro reboot da franquia. O filme conta novamente o surgimento de Michael Myers quando criança, porém, ao invés de vermos apenas a cena inicial do crime que deixou o assassino conhecido, vemos os acontecimentos anteriores a esse ocorrido. Como era sua família e os sintomas que o jovem já apresentava quando jovem como ferir pequenos animais.

Apesar de ser interessante, essa nova versão atrapalha um pouco o mistério ao redor do monstro. Isso porque, muita coisa que tinha deixado de ser explicado nas outras versões aqui é mostrado com detalhes. Isso tira o misticismo que existia em torno dele, suas intenções e quem ele era, o que é a “graça” em filmes desse tipo.

Halloween – Início tem direção do músico Rob Zombie. Ele era membro da banda White Zombie, depois seguiu em carreira solo. É produtor, diretor e roteirista de cinema. Além de dois capítulos de Halloween, dirigiu também A Casa dos 1000 Corpos (2003), Rejeitados pelo Diabo (2005), As Senhoras de Salem (2012), 31 (2016) e recentemente Os Três Infernais (2019).

Halloween 2 (2009), de Rob Zombie

Mais uma vez, depois de uma aparente morte, Michael aparece nas vésperas do Halloween para deixar a cidade em alerta. Ele volta para encontrar a sua irmã Laurie Strode (Scout Taylor-Compton), que havia sobrevivido ao último ataque do assassino, e torná-la algo parecido com ele.

Segundo filme da franquia dirigido por Rob Zombie, é uma continuação quase que direta do anterior. Assim como foi explorado em capítulos anteriores, aqui outros membros da família Myers apresentam sintomas de algum distúrbio psicológico. Aqui, a irmã é que parece ter alguma relação com o psicopata. Esse talvez seja o filme mais explícito de todos em que tudo está à mostra. Desde facas perfurando os corpos das vítimas, até anestesias sendo aplicadas em sobreviventes. Maior parte das vezes usada de forma bastante gratuita.

Isso ainda junto com visões que Michael tem da mãe em um cavalo branco e de seu eu quando criança que tornam a trama um tanto cafona. A mistura transforma o filme em um dos piores da franquia.

Ainda estraga o personagem Dr. Loomis. Nos filmes anteriores ele é o psiquiatra responsável por acompanhar o caso Michael Myers e sempre ajudava a tentar prender o assassino. Era um personagem muito centrado e dedicado. Até no anterior ele tinha essa áurea. Em Halloween 2, ele se torna um narcisista que tenta vender seu último livro a todo custo. Nem uma redenção final ajuda a melhorar essa nova versão.

Halloween (2018), de David Gordon Green

Após conseguir escapar dos ataques de Michael Myers, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) passa 40 anos se preparando para uma possível nova aparição do assassino. Sua dedicação a sobrevivência e a vontade de prender Myers, fez com que sua filha e sua neta vivam afastadas dela. Mas, numa nova noite de Halloween, seus medos podem se tornar realidade.

Lançado exatamente 40 anos após o original, esse capítulo, são ignoradas todas as continuações e remakes do universo de Michael Myers e principalmente o fato de Michael ser irmão de Laurie Strode. Fato que foi revelado em Halloween 2 (1981) e foi usado como principais desculpas para as continuações. Nessa nova versão, inclusive, os personagens falam que isso não passava de um boato na cidade. Nick Castle, que havia interpretado Myers no original, volta novamente ao peapel. Além de Jamie Lee Curtis reprisando mais uma vez a interpretação de Laurie.

O próximo filme da franquia e continuação direta desse último capítulo de 2018, Halloween Kills estava para ser lançado ainda em 2020. Porém, devido à pandemia, ele foi adiado para outubro de 2021. Em entrevista ao IndiewWire, John Carpenter, que não dirige, mas está envolvido diretamente na produção declarou o seguinte: “O corte está feito. Eles vão editar em Nova York na próxima semana. Meu trabalho está pronto. O filme é outra coisa. É divertido, intenso e brutal, um filme de terror vezes cem, é um grande momento. É enorme. Eu nunca vi nada assim. A contagem de mortes é enorme!”, explicou.

A FRANQUIA VALE A PENA?

Com tantas idas e vindas na franquia, fica até difícil ter uma linha de raciocínio ou ao menos dar créditos a ela. Alguns pontos positivos são vistos ao longo dos filmes, mas nada que justifique assistir a todas as continuações. Parecia que teríamos um caminho interessante com a versão de Rob Zombie de 2007, mas a parte dois comprova que ele se perdeu no caminho. Uma opção interessante é concentrar a atenção apenas no original de 1978 e no recente lançamento de 2018 e só.

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