Por Rafael Ferreira
“No espaço, ninguém pode ouvi-lo gritar.” Aqui sim, e um filme que o fará gritar, ou no mínimo tremer nas bases, é Alien: O Oitavo Passageiro (1979), dirigido por Ridley Scott, responsável pela consolidação do subgênero de horror espacial. Pegando carona com 2001: Uma Odisséia No Espaço (1968), várias aventuras espaciais chegaram às salas de cinema, tal como Star Wars e Contatos Imediatos Do Terceiro Grau, ambas de 1977, enquanto estas evocavam a beleza, a excitação, e acolhimento, Alien se baseava no lado misterioso, assustador e perigoso das viagens interestelares. O perigo não vinha de uma inteligência artificial criada pelo homem, nem de um ditador intergaláctico, e o ser alienígena não era nem um pouco amigável.
A idéia de Alien surgiu inicialmente da mente de Dan O’Bannon, que escreveu um roteiro para um filme chamado Dark Star (1974), primeiro longa-metragem dirigido por John Carpenter, que deveria ser uma paródia de 2001: Uma Odisséia No Espaço de baixo orçamento, que fugiu do controle e ao invés de ser um filme de estudante que impressionasse, se tornou um filme profissional desinteressante. Não fora bem com o público, nem com a crítica, ninguém ria nos momentos que deveriam ser de humor, e o filme não envolveu ninguém. Se não acredita na minha palavra, confira no vídeo abaixo e você verá o nível de tosquice, o alienígena é uma bola de praia com pés.
Após este fracasso, O’Bannon estava encorajado a escrever outro roteiro que fosse o extremo oposto deste, o alienígena seria mais convincente e realmente assustador, e o filme não seria uma comédia, mas sim um horror intenso. O’Bannon conheceu Ronald Shusett, que lhe pediu ajuda para adaptar uma obra de Philip K. Dick, Podemos Recordar Para Você, Por Um Preço Razoável, que ganhou o título O Vingador Do Futuro (1990), enquanto isso, O’Bannon pedira que o ajudasse com uma idéia que ele tivera sobre um alienígena que entra a bordo de uma espaçonave. Shusett concordou em ajudá-lo, e eles decidiram focar nesta história, pois achavam que o orçamento deste seria menor, portanto, mais fácil para os dois levá-la adiante. A partir de então a parceria entre os dois se consolidou, e Shusett, que havia gostado dos efeitos em Dark Star chamara O’Bannon para trabalhar em Paris na produção de um filme chamado Duna, àquele momento encabeçado por Alejandro Jodorowsky, este projeto também fugiu muito do controle e teve de ser abortado, e mais tarde ganhou vida nas mãos de David Lynch. O’Bannon tinha de dormir no sofá no apartamento de Shusett, e os dois eram sustentados pela esposa deste. Por três meses, O’Bannon deu o melhor de si para terminar o roteiro para poder vendê-lo. Ele estava empacado, o monstro deveria entrar na nave, mas como? E no meio da noite, Shusett acordou O’Bannon para lhe contar a idéia que tivera: O monstro iria estuprar um deles e um novo monstro seria incubado. Não se sabe de onde esta idéia veio, mas existem espécies de vespas parasitas que fazem exatamente isso, ou pior, como podemos ver neste vídeo:
Após concluir o roteiro, a dupla tentou vendê-lo, vários estúdios o recusaram, um comprador potencial seria Roger Corman, que o transformaria num filme B. Com o fenômeno Star Wars em 1977, filmes que se passam no espaço de repente caíram nas graças do público, e a Fox não queria perder a oportunidade de lançar outro filme que se passe no espaço, e o roteiro de Alien era o que tinham em mãos. O’Bannon e Shusett estavam relutantes, pois sabiam que um grande estúdio como aquele, iria modificar o roteiro. Dito e feito, os nomes dos personagens foram alterados, e um andróide foi acrescentado à tripulação, para criar uma subtrama.
Dan O’Bannon escreveu o roteiro pensando que ele próprio iria dirigir, assim, não desenvolveu muito bem os personagens. Para o cargo de diretor, o estúdio queria alguém capacitado, entre os nomes considerados pelo estúdio estão Peter Yates (de Bullit), Jack Clayton (de O Grande Gatsby de 1974), Walter Hill (um dos produtores de Alien), e Robert Aldrich (Os Doze Condenados), que quase foi contratado, o estúdio voltou atrás em sua decisão ao perceber que Aldrich não demonstrara nenhum entusiasmo em dirigir este filme. Os outros diretores recusaram a proposta porque os autores não tinham credibilidade, afinal, quem pode culpá-los após o fiasco que foi Dark Star? Esta credibilidade seria concebida ao filme pelo seu diretor, e atores, e mesmo que fosse um filme B, teria o seu impacto.
Em 1977, na 30ª edição do Festival de Cannes, o filme Os Duelistas vencia na categoria Melhor Filme, os produtores da Fox ficaram impressionados com o trabalho do diretor, Ridley Scott, em seu primeiro filme, que o trouxeram a bordo deste projeto. Apesar de não saber muito sobre filmes de ficção científica na época, Scott demonstrou interesse e logo começou a decupar o filme em storyboards.
Scott mostrou ao estúdio seus storyboards, para que tivessem uma noção da sua visão como diretor, e àquele momento, o orçamento original de 4,2 milhões já não servia, teve de ser dobrado. Mesmo conseguindo alcançar o visual desejado, de nada valeria se o público não se convencesse do monstro. Shusett e O’Bannon conheceram o trabalho de H. R. Giger ao comparecerem em uma exposição em Paris enquanto trabalhavam em Duna, apesar de a Fox não gostar do seu trabalho por achar muito assustador (o suficiente para afastar o público), Ridley e Shusett achavam que era perfeito para o filme. Os storyboards de Ridley Scott foram apenas a âncora para o visual da Nostromo, todo o design, tanto interior quanto exterior, seriam criados por Michael Seymour e sua equipe do design de produção, enquanto Giger seria responsável por tudo que envolvesse a criatura, isto inclui os ovos, o facehugger, o alien, a nave alienígena, os corredores da nave alienígena, o Space Jockey. O design da criatura ele já havia criado, a única mudança seria nos olhos, Ridley Scott propôs que o alien não tivesse olhos, isso o deixaria mais assustador, dessa forma não saberíamos para onde ele está olhando, ou o que está pensando. Já o design da criatura que explode pelo peito de Kane foi inspirada numa pintura de Francis Bacon, “Three Studies for Figures at the Base of a Crucifixion”.
Quanto aos atores, a ideia de Ridley Scott era contratar o melhor elenco possível, para que ele se concentrasse mais no visual, ao invés de se preocupar em passar instruções aos atores, o ideal é que não fosse um elenco já reconhecível, se Harrison Ford tivesse aceitado o papel do Capitão Dallas, as pessoas logo o associariam com Han Solo. Entre as atrizes que fizeram o teste e não entraram no elenco, estão Kay Lenz, Helen Mirren, e Maryl Streep, que era colega de Sigourney Weaver em Yale, nenhuma delas era um rosto muito conhecido no cinema naquela época, a própria Sigourney Weaver era praticamente uma desconhecida, quase ninguém nota sua pequena ponta de meio segundo filmada de longe em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977).
O roteiro original de O’Bannon não deixava muito claro o gênero dos personagens, pois os mesmos tinham apenas sobrenome, isso era uma abertura caso precisasse escalar mulheres para abranger um público maior, mas ele nunca havia considerado uma mulher como protagonista. Na época, filmes protagonizados por mulheres eram incomuns, principalmente produzidos pela Fox, felizmente, quando o estúdio quebrava este tabu que ela própria estabelecera, o público respondia positivamente, portanto, os executivos resolveram arriscar. Não sei se este foi um fator determinante na escalação de Veronica Cartwright como Lambert, mas esta já havia atuado num filme de terror antes, aos 13 anos em Os Pássaros (1963), coincidentemente um tio de Sigourney Weaver também trabalhara no filme do Hitchcock numa participação pequena. Além de Veronica Cartwright, outro que também havia trabalhado com Hitchcock era Jon Finch (Richard Blaney em Frenesi), mas infelizmente o ator teve problemas de saúde e teve de ser substituído, John Hurt preenchera a vaga.
As filmagens de Alien foram tensas, Ridley Scott é um diretor metódico, fazia inúmeras alterações no cenário e fazia testes na iluminação antes de filmar, e isso é claro, contribuía para a lentidão das gravações. Para piorar a situação, os trajes espaciais eram realmente sufocantes e quentes para quem os usavam, os atores passavam mal. Numa determinada cena, para dar uma dimensão maior aos cenários, foram usadas crianças vestidas com os trajes espaciais, e nem elas escaparam da falta de ar, desmaiaram. Por mais que gostemos de criticar as atitudes de um diretor quando este vai aos extremos para conseguir o que deseja, no final das contas, os fins justificam os meios, se a Fox queria um diretor competente para trazer credibilidade ao projeto, ela conseguiu. Na tentativa de não estourar o orçamento, a Fox proibia a construção de alguns cenários, e mesmo assim Scott não lhes dava ouvido, “Construa”, ele falava para a equipe. O cenário com o Space Jockey (que em Prometheus foi chamado de Engenheiro) custou cerca de 500 mil dólares, só seria usado uma única vez, um gasto excessivo aos olhos do estúdio, mas para o diretor esta cena seria determinante para conferir grandiosidade ao projeto.
Além de saber o que o filme precisava em termos visuais, Scott também sabia o que fazer para ter uma boa performance dos atores, para que as sensações destes fossem transferidas ao público. Scott queria espontaneidade por parte dos atores, ele sempre filmava os ensaios, e enquanto a maioria dos diretores deixa que o ator construa a backstory do personagem, ele mesmo escreveu várias páginas do passado de cada personagem e entregou ao respectivo ator. A tensão existente entre alguns personagens às vezes era trazida à vida real e provocada pelo diretor, Scott pediu ao ator Yaphet Kotto (Parker), para que não se enturmasse com Sigourney Weaver, o próprio diretor não socializava com os atores. Se a criatura foi mantida em mistério durante boa parte do filme, o elenco também teve pouco acesso quanto à aparência do monstro, quando contratada, Sigourney Weaver achava que seria uma criatura ridícula, oposto ao que o diretor almejava. Segundo os boatos, a cena em que um filhote de alien explode o peito de Kane foi filmada em uma única tomada com quatro câmeras gravando ao mesmo tempo, e pegou todos de surpresa, ninguém sabia o que iria acontecer, porém, essa é uma meia verdade, os atores tiveram acesso ao roteiro, sabiam o que aconteceria, mas não sabiam que a cena seria tão gore, não sabiam quanto nem onde o sangue iria jorrar, os gritos de pavor de pavor de Veronica Cartwright quando o sangue espirra em seu rosto são genuínos, a reação de todos é genuína, Scott usou pedaços de carne conseguidas em um matadouro para saírem do peito falso que usara para a cena.
O roteiro original terminaria com Ripley fugindo da Nostromo, o alien explodiria com a nave, e tudo terminaria bem. Ridley Scott também fez alterações na história, ou melhor, acréscimos, ele pediu ao estúdio mais tempo e mais dinheiro para um quarto ato para o filme, em que o alien apareceria de surpresa no shuttle, mataria Ripley e mandaria uma mensagem para a Terra. Este final não agradou a Fox, mas concordaram com o acréscimo do quarto ato se a criatura morresse. As novas cenas foram filmadas, e o final com a morte do alien é o que temos.
Ridley Scott fizera o seu trabalho da maneira mais competente possível, desde o posicionamento da câmera – particularmente gosto da cena em que Ripley, Ash, e Dallas entram na sala procurando pelo facehugger que se soltara do rosto de Kane, assim que os personagens entram, a câmera parece ter sido colocada no chão, num canto, como se aquele fosse o ponto de vista da criatura – o mistério da criatura que quase não vemos, que às vezes ela está lá mas não a vemos – há dois momentos que eu percebi que a criatura aparece em tela, mas nem sequer a notamos – faltava apenas o trabalho do editor e do compositor musical, respectivamente Terry Rawlings e Jerry Goldsmith (de A Profecia). Todo este processo levou cinco meses para ser concluído, a primeira versão do filme era muito longa, tinha uma duração de 192 minutos, o ritmo era lento, então os produtores acharam que deveriam cortar uma hora de filme, e mesmo após este corte, mais cenas foram aparadas. Não só a montagem sofreu mudanças e cortes, Ridley Scott não gostara da primeira trilha que Jerry Goldsmith havia composto, achava que era muito óbvia e fugia da proposta tensa do filme, Goldsmith teve de criar outra a contragosto, e mesmo assim, alguns temas que ele criou nem foram usados, ao invés disso Rawlings usara outro tema que Goldsmith havia composto para o filme Freud – Além da Alma (1962), ele também criara uma trilha para a cena final, mas o editor usara um trecho de “Symphony No. 2 (Romantic)”, uma composição de Howard Hanson.
Quem acompanha a carreira do Ridley Scott ao longo dos anos, sabe que quase todos os seus filmes em algum momento serão relançados em vídeo com cenas extras ou uma versão estendida, e no caso deste não é diferente, cenas não inseridas no filme foram descobertas no estúdio na Inglaterra, Scott as reuniu e organizou uma nova montagem do filme, lançando em 2003 nos cinemas. Ele afirma que este novo corte não é a “versão do diretor” como foi divulgado, este título cabe à versão lançada nos cinemas em 1979, e tampouco esta é a “versão estendida”, porque tem um minuto a menos que a versão original, é simplesmente um novo corte. As diferenças estão nos segundos, algumas cenas são alguns segundos mais curtas, há mais sangue, outras cenas são alguns segundos mais longas para compensar os segundos cortados, um exemplo disso acontece momentos depois que a equipe entre na Nostromo com o facehugger preso ao rosto de Kane, enquanto Ash começa a cirurgia de remoção da criatura, Lambert recebe Ripley com um tapa violento no rosto, uma grande cena que mostra a tensão existente entre os personagens, boa demais para não ter entrado na versão original. Outra cena muito comentada é quando Ripley está fugindo para o shuttle, e no caminho encontra Dallas ainda vivo, preso num casulo, implorando para que Ripley o mate.
Alien não caiu nas graças do público de imediato, as duas primeiras exibições deixaram a equipe apreensiva, sala ruim, problemas no som, este sim é o pesadelo de qualquer realizador. Porém, a première em Dallas foi justamente o oposto, e o público estava tão imerso, reagindo ao filme da maneira que o diretor intencionara, ao ponto em que um lanterninha desmaiara ao ver a cena em que Parker arranca a cabeça de Ash com um golpe. Como se isto não fosse o suficiente, pessoas vomitavam nas salas de cinema, os banheiros ficavam sujos de vômitos ao final de cada sessão, para os realizadores isso é ótimo – este tipo de reação sempre gera curiosidade no público – mas para os exibidores isso era o caos, eles tinham seus próprios meios de contornar a situação, alguns cinemas adotaram a política do “fileira sim, fileira não” para evitar que alguém vomitasse na pessoa sentada na poltrona à sua frente, e outros cortavam algumas cenas, principalmente aquela em que o peito de John Hurt explode e um alien sai de dentro dele.
Dan O’Bannon relutou em assistir o filme no cinema, o motivo disso era o medo do fracasso (remetendo ao seu filme anterior) e as alterações que fizeram no seu roteiro, e após muita resistência e nervosismo, viu uma fila dobrando o quarteirão de pessoas para ver Alien, criou coragem e entrou. Ao ver o público reagindo ao filme, sua reação não foi outra senão chorar de emoção. O’Bannon queria deixar as pessoas incomodadas, e conseguiu, o filme teve uma recepção negativa às mulheres entre 20 e 40 anos, acredito eu que isto esteja ligado ao tema de estupro pretendido por O’Bannon, mesmo que este tema esteja mais num nível subconsciente.
Filmes de horror e ficção científica têm a propriedade de lidar com assuntos mais densos do que estão na superfície da história, Despertar Dos Mortos (1978) é sobre o consumismo, Os Invasores De Corpos (1978) é sobre comunismo, e O Iluminado (1980) alguns acreditam ser sobre genocídio, e Alien: O Oitavo Passageiro (1979) é sobre estupro, o filme usa o alien para representar o aspecto monstruoso de quem comete tal ato, da mesma forma que um conto de fadas usa um sapo ou porco para representar o lado animalesco do sexo.
Ridley Scott e H. R. Giger usaram e abusaram dos simbolismos para evocar o tema: 1) O alien tem uma cabeça com formato fálico; 2) em sua boca há outra boca que também lembra um pênis; 3) o facehugger parece ter uma vagina, e dentro dela sabemos que ele introduziu algo na garganta de Kane, por onde ele deposita sua semente, ou sêmen, se preferir; 4) Kane, Dallas, e Lambert entram na nave alienígena por orifícios em formato vaginal, como se eles fossem espermatozóides; 5) abaixo do grande salão onde está o Space Jockey, que poderia ser uma representação do útero, eles encontram os ovos, ou se preferir, óvulos; 6) Dessa forma, podemos afirmar que Kane foi estuprado, e momentos mais tarde ele dá a luz à uma criatura indesejada, e o pequeno alien tem um formato fálico.
Alien causou um impacto na mídia e gerou continuações. Aliens: O Resgate (1986) também seguiu a mesma linha do filme anterior, deixando o público incomodado, mas não com a temática sexual, apesar de esta existir, mas por tocar numa ferida recente do povo americano, a Guerra do Vietnã; Alien 3, ou Alien³ (1992), como está grafado no título, retorna ao tema do estupro; Alien: A Ressurreição (1997), como o próprio título sugere, ressuscitou a série que deveria ter morrido com a sua protagonista no filme anterior; antes do terceiro filme da franquia, alguém achou uma boa ideia colocar um esqueleto do xenomorfo como um troféu para um Predador em Predador 2: A Caçada Continua (1990), esta brincadeira gerou games e deixou fãs ansioso por um confronto entre as duas espécies, resultando em Alien Vs. Predador (2004); e seguido por Alien Vs. Preador 2 (2007); mas como este spin-off se mostrara raso e fraco em bilheteria, os executivos da Fox decidiram que era hora de retroceder na história, voltar à base da ficção científica com Prometheus (2012); e como este deixou mais dúvidas do que respostas, uma seqüência já foi programada – até o momento em que escrevo, esta ainda não foi lançada.
Fazer cinema é um trabalho colaborativo, não fossem as alterações no gênero da protagonista, o acréscimo da subtrama com o Ash, o quarto ato que Ridley Scott incluiu, o filme não seria o mesmo. Um conceito que todos os que atuam na área conhecem é: “um diretor ruim pode prejudicar um bom roteiro, e um bom diretor pode salvar um roteiro ruim”. Portanto, Alien: O Oitavo Passageiro só funcionou porque teve um bom diretor para dar a sua visão, e bons diretores é o que não falta na franquia Alien. Lembrando que este era apenas o seu segundo filme, posteriormente Ridley Scott dirigiu Blade Runner: O Caçador De Andróides, Êxodo: Deuses E Reis, Perdido Em Marte; o segundo filme foi o segundo filme da carreira de James Cameron (O Exterminador Do Futuro, Titanic, Avatar), se excluirmos Piranhas 2 – Assassinas Voadoras (1981) que o próprio renega; o terceiro foi o primeiro da carreira de David Fincher (Seven: Os Sete Crimes Capitais, Clube Da Luta, A Rede Social), que o próprio renega por causa das intervenções do estúdio; o quarto filme foi o terceiro da carreira de Jean-Pierre Jeunet (Delicatessen, O Fabuloso Destino De Amélie Poulain); este último contava com roteiro de Joss Whedon, (roteirista de Toy Story, O Segredo Da Cabana) que mais tarde veio a dirigir The Avengers: Os Vingadores (2012). Infelizmente a sub-franquia Alien Vs. Predador não teve a mesma sorte de ter bons diretores.
Meu primeiro contato com a franquia Alien se deu aos 12 anos, quando o Fox Channel exibiu uma maratona dos três filmes como um preparativo para o lançamento do quarto nos cinemas. Lembro-me vividamente das sensações que o filme me provocou na época, a estranheza que aquilo tudo me causara. Hoje recomendo que faça o mesmo, em preparativo para o sexto filme da franquia. E se não conhece, convido-o a descobrir esta obra, e também o seu sucessor que, me perdoe o palavreado, é do caralho.