Por Wallacy Silva.

Através da mostra Escolas de Cinema, o 8° Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo – 2013 exibiu curtas-metragens de estudantes de todo o continente. Com temáticas variadas e apurada criatividade, os trabalhos nos apresentam profissionais que podem ser o futuro da produção audiovisual da região. A seguir você lerá a terceira de três partes das nossas análises de uma parcela dos curtas!

A Linguagem das Flores (El Lenguaje de las Flores, Magdalena Diez, Argentina, 11’, 2012)

Eis um documentário sobre flores! De onde vem o hábito de presentear com flores? Por que dar uma rosa tem um significado e dar um lírio tem outro? O curta também explora a “logística” das flores: como são embaladas, em que ocasiões são mais vendidas, quais são as mais procuradas. Chega a abordar a convenção social machista que compara mulheres às flores. Trilha sonora excelente!

Temporada (Luna Grimberg, Brasil, 14’, 2012)

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Três amigas viajam para uma espécie de chácara, e não parecem ter qualquer objetivo claro. Acabam se deparando com o passado através de fotografias, recortes de jornal… começam a questionar as próprias vidas, suas maneiras de lidar com as outras pessoas… tiram fotos, pegam sol… assim como as garotas, o curta não sabe muito bem pra onde vai.

Ramos Gerais (Ramos Generales, Julia Baglietto, Argentina, 9’, 2013)

Um casal viaja de carro com sua filha. A família conhece duas senhoras donas de um armazém local. A pequena Sofía acaba criando uma empatia com as idosas e as velharias e histórias que elas têm pra contar, enquanto os pais querem mais é ir embora. Um filme singelo sobre a curiosidade infantil.

Juan Lives (Rodrigo Gazzano, Brasil, 12’, 2012)

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Juan não consegue chegar ao trabalho no horário. A divertida animação nos mostra a saga do protagonista, ao mesmo tempo em que joga com a pressão que recebemos do relógio e o stress causado por ela. Perde o timing no último ato e se arrasta até o final.

O Rei da Montanha de Ouro (Thaissa Resek, Brasil, 9’, 2012)

A história é mais contada do que mostrada. O pouco que é mostrado é tosco. A narração é péssima. O texto narrado é mal escrito. Se os irmãos Grimm ressuscitassem, morreriam de novo, dessa vez de desgosto, depois de ver esse curta terrível, que adapta um conto compilado por eles. Já deu pra entender né?

As Montanhas Invisíveis (Las Montañas Invisibles, Angel Linares, México, 13’, 2013)

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Aqui imagem e som não estão combinados, mas combinam. O que vemos são imagens do cotidiano da cidade de Atoyac de Álvarez. O que ouvimos são relatos de mulheres da região, que em tempos da Guerra Suja no México tiveram filhos e maridos desaparecidos, acusados de compactuar com a guerrilha de Lucio Cabañas. Uma fórmula que funciona muito bem para ligar passado e presente.

Circuito Fechado (Nicol Alexander, Brasil, 14’, 2012)

Esse excelente curta começa com um assalto, no qual uma câmera é roubada. Do ponto de vista dessa câmera acompanhamos seu caminho, que revela um ciclo que envolve a criminalidade, a polícia, o comércio paralelo e o “cidadão comum”. Evoca uma reflexão sobre os diversos “níveis” da corrupção.

Éguas e Maritacas (Yeguas y Cotorras, Natalia Garagiola, Argentina, 25’, 2012)

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Delfina vai se casar, e chama suas melhores amigas, Sofía e Jose, para passar com ela o dia anterior à cerimônia. Vendo mais de perto o relacionamento das amigas vêm à tona segredos que rebaixam o casamento a uma mera convenção a ser seguida. Destaque para a esplêndida fotografia.

Confira a Parte 1 e a Parte 2!