Por Joyce Pais

“And you said:
Nina Nina Nina-Na
Nina Nina Nina-Na
Nina Nina Nina-Na
Nina Nina Nina-Na-Na

Now, how can I let you go?”

(Banda: The Cardigans/Música: Hold me)

 

Não há busca mais frustrante (e incessante) do que tentar encontrar um equilíbrio numa relação amorosa. (Mas será mesmo que ele existe?). Quando nos apaixonamos, há uma entrega, uma perdição, uma intensidade sem precedentes, que nos mantém inertes, nos paralisa.

Estabelece-se, então, uma relação de dominação – emocional, psicológica, sexual – que nos parece inevitável. Quando há a necessidade de escapar, se desprender, toma-se o veneno desejando que o outro morra. Em vão.

O choro contido que explode pode ser o primeiro passo para a fuga.

Desnuda, Nina percorre as ruas na imensidão de uma cidade que insiste em nos despersonificar o tempo todo. Somos só mais um. Nossa dor também. Somos todos Nina. Mas se tivermos olhos atentos, a saída pode estar logo ao lado.

 

Destaque para o cuidadoso trabalho de edição de som e trilha sonora que evoca um suspense e, à primeira vista, me lembrou a trilha que abre o filme Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive).

O curta-metragem foi escrito por Renata Sarmento e Júlio César Gomes, dirigido por Rafael Botta e já esteve presente em mostras e festivais no Brasil e em Portugal, na seleção do Festival Shortcutz Xpress Viseu.

Veja o curta: