Por Luciana Ramos
Em uma estrutura de plástico, uma forma de objetos com variados desenhos e um cronômetro de 60 segundos. Após o inicio da contagem, a plataforma desce e você, jogador, tem um minuto para colocar os objetos na forma devida. Aqueles que foram crianças nos anos 1980 certamente lembram da sensação de ansiedade em completar a tarefa no tempo e, assim, atingir a perfeição (nome do jogo).
O curta começa com uma bebê asiática do sexo feminino sendo exposta a esta brincadeira pela primeira vez. Por meio de cortes secos, acompanhamos o seu crescimento: ela toca violino, estuda, ganha prêmios, o seu perfeito sorriso metálico é estampado em fotos, o seu cabelo é preso à perfeição. Mais um salto de tempo e agora vemos a mulher que ela se tornou, dividida entre as cobranças profissionais e sociais, que envolvem a pressão em ser magra e desempenhar determinados papéis sociais.
Assim, por meio de um jogo que tem como objetivo estimular o intelecto e a coordenação motora, a roteirista e diretora Karen Lin retrata de forma alegórica a extrema pressão que todos nós sofremos desde a mais tenra idade. Sem a necessidade de diálogos, o curta faz uma crítica aos padrões inatingíveis da sociedade e ao sentimento de frustração que permeia a inalcançável busca pela perfeição.
Assista o trailer: