Depois de um início promissor com Star Wars: Episódio IV — Uma Nova Esperança (1977), o caminho estava aberto para que George Lucas continuasse seu projeto galático. Três anos depois do lançamento do primeiro filme, estreava em 1980 Star Wars: O Império Contra-Ataca. Talvez Lucas não soubesse, mas esse seria o filme que marcaria para sempre a história do cinema e da cultura pop.

Com o sucesso de Uma Nova Esperança, George Lucas mudou seu centro de produção para San Rafael, na Califórnia. Ali foi construída a Kerner Optical, uma empresa de efeitos práticos que permaneceu até 2005. Nesse local começaram os trabalhos de Star Wars: O Império Contra-Ataca. Para manter a empresa e seus projetos viáveis, Lucas a abriu para que outros diretores e produtores pudessem conhecer e utilizar de seus recursos. Foi nesse momento que Steven Spielberg levou seu projeto Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981) para a ILM (Industrial Light & Magic). Cenas como a que a Arca é aberta no fim do filme e são vistos fantasmas e cabeças derretidas exigiam muitos efeitos e a empresa de Lucas poderia ser uma solução.

Star Wars: O Império Contra-Ataca

Equipe no Set de Star Wars: O Império Contra-Ataca.

Foi nesse período que George Lucas transformou o trabalho braçal em mais computação gráfica. Muito disso se deu graças à criação da divisão gráfica Graphics Group. Pasmem, um dos primeiros filmes a utilizarem os serviços da divisão foi Star Trek: a Ira de Khan (1983).

Outro projeto que conseguiria sair da gaveta devido aos avanços da empresa foi O Exterminador do Futuro 2: O Dia do Julgamento (1991). O personagem T-1000 (Robert Patrick) precisava ser criado totalmente em computação gráfica e apenas a ILM conseguiria fazer isso.

George Lucas abre mão de trabalhar na direção de Star Wars: O Império Contra-Ataca, passando o cargo para Irvin Kershner. Além disso, coloca praticamente todo  o faturamento de Uma Nova Esperança para financiar sua continuação e ter controle total da produção. David Lynch e David Cronenberg também foram convidados para dirigir o filme mas se recusaram. Para a maioria dos fãs (inclusive eu) esse é o melhor episódio da saga e iniciou uma certa tendência em trilogias de que o segundo capítulo deve ser mais sombrio e deixar um espaço aberto para o próximo.

Aqui Luke Skywalker (Mark Hamill) recebe a visão de Obi-Wan Kenobi (Alec Guinness) que o manda procurar o mestre Yoda para prosseguir com seu treinamento e se tornar um Jedi. Já o temido Darth Vader (David Prowse) planeja transformar o jovem em seu aliado e levá-lo para o lado negro da Força. Enquanto isso, o Império continua sua caçada à resistência, que é obrigada a sair de sua base.

Star Wars: O Império Contra-Ataca

Luke passa por sérios problemas logo no início de Star Wars: O Império Contra-Ataca.

Entre as gravações de Uma Nova Esperança e o Star Wars: Império Contra-Ataca, o ator Mark Hamill sofreu um acidente de carro que deixou marcas em seu rosto. Mesmo após cirurgia, as marcas ainda eram aparentes. Para justificar as cicatrizes, Lucas acrescentou a cena inicial em que Luke é atacado por um animal gigante chamado Wampa e recebe uma patada no rosto. É interessante que assistindo a essa cena sem saber dessa informação, ela parece ter sido planejada desde o início.

Isso porque é nela que entendemos que mesmo depois da morte de seu mentor, Luke continuou treinando suas habilidades com a Força e consegue usá-la para pegar o seu sabre de luz à distância. É também nela que Obi-Wan aparece para Luke e diz para procurar Yoda no sistema Dagobah. Quando ele é resgatado por Han Solo (Harrison Ford) e fica repetindo “Sistema Dagobah” insistentemente, parece aos olhos de Solo que ele foi atingido muito forte na cabeça pelo monstro.

Star Wars: O Império Contra-Ataca

“Faça ou não faça. Tentativa não há”, Yoda em O Império Contra-Ataca.

É nesse filme que surge um dos personagens mais icônicos da saga: Mestre Yoda. Talvez seja o segundo personagem mais famoso, perdendo somente para Darth Vader. A criatura verde foi criada com base nas expressões faciais do cientista Albert Einstein.

O refúgio onde Luke encontra o mestre que se exilou após a ascensão do Império em Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (2005) tem a aparência de um pântano. Os produtores do filme chegaram a considerar filmar as cenas desse lugar num pântano de verdade, porém sairia muito caro. Para minimizar os custos, todo o cenário foi construído em estúdio e ficava suspenso a cerca de um metro do chão. Tudo isso para a construção do lago e a manipulação da marionete de Yoda, que era controlada por baixo.

Os diálogos e os ensinamentos transmitidos de Yoda para Luke são os momentos mais interessantes não só do episódio como também de toda a saga. Yoda viveu 900 anos treinando novos Jedi e passando pelas mais diferentes situações e guerras. Ele chega aqui a seu ápice de sabedoria falando para Luke sobre como funcionam os caminhos da força e quais serão os próximos desafios que ele enfrentará em seu percurso.

Acredito que todo fã de Star Wars sente um quentinho no coração quando revê essas cenas. Quentinho que ressurgiu quando Yoda retorna para auxiliar mais uma vez Luke em Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi (2017). Ah, e agora ainda tem um novo personagem da sua espécie na série The Mandalorian (2019 – ) que está bombando na internet, que o batizou de “baby Yoda”.

Mas o grande momento de Star Wars: O Império Contra-Ataca é o embate de Luke Skywalker e Darth Vader. E mais que isso, a descoberta de que, na verdade, os dois são pai e filho. Esse é o ponto que fez a saga e principalmente esse episódio, serem reconhecidos até hoje. Lembro que no período em que Harry Potter era a saga da vez, haviam algumas especulações de que o vilão Voldemort seria, na verdade, o verdadeiro pai do bruxo. Mas, aí ia ser muita apelação. Que bom que não foi nada disso.

A frase mais famosa do universo Star Wars, “Luke, eu sou seu pai” dita por Darth Vader foi inserida na dublagem. Isso fez com que o segredo fosse mantido durante a gravação do filme, uma vez que os membros da equipe achavam que Vader dizia “Obi-Wan matou seu pai”. Tem até um episódio de Os Simpsons que brinca com essa revelação. Nele, Homer revela o grande spoiler para as pessoas que esperavam na fila para ver o filme.

Essa é uma cena tão icônica que merece até ser incluída aqui.

Star Wars: O Império Contra-Ataca custou US$ 18 milhões e faturou US$ 538,3 milhões. Ainda ganhou o Oscar de Mixagem de Som além das indicações de Direção de Arte e Trilha Sonora. Mais que isso, foi justamente a partir deste ponto que a cultura nerd e filmes como esse começaram a ser levados a sério.

Vez ou outra pessoas me perguntam sobre como começar a assistir Star Wars. Eu sempre recomendo que assistam na ordem de lançamento dos filmes. Acho mais interessante conhecer todo o universo e principalmente Darth Vader para depois descobrir sua origem. Além de a trilogia clássica ser mais convidativa do que a segunda. Nas vezes que as pessoas assistiram e gostaram é justamente em Star Wars: O Império Contra-Ataca que elas são fisgadas. E mais que isso, pela reveladora cena de Luke descobrindo que Vader na verdade é seu pai.

Sendo assim, Star Wars: O Império Contra-Ataca é um filme obrigatório não só para o cenário Nerd mas também para qualquer cinéfilo. Se seu amigo se diz nerd, nunca viu esse filme ao menos umas cinco vezes, duvide de suas habilidades.

 

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