A Recompensa

Por Fausto Fernandes

Com um humor tipicamente britânico, o filme A Recompensa conta a história de Dom Hemingway (Jude Law), um talentoso arrombador de cofre que, livre da prisão, depois de 12 anos por não delatar comparsas, anseia recuperar o tempo perdido. Nesta busca frenética, Dom comete excessos, seja com drogas, com mulheres, com palavras e/ou com atos impulsivos.

Na reconquista de seu lugar ao sol, ele conta com a ajuda de seu fiel escudeiro Dickie Black (Richard E. Grant). Juntos, os dois embarcam para Paris a fim de se encontrar com o mafioso Ivan Fontaine (Demian Bichir), que está disposto a pagar pelo silêncio que custou anos de liberdade de Dom, além de sua família. Ao ser preso, ele deixou uma esposa (que vem a falecer enquanto ele está sob custódia) e uma filha pequena, Evelyn. Já livre, Dom tenta se reaproximar de Evy (Emilia Clarke), como modo de redenção de todo mal que causou.

A vida de Dom não é fácil, a cada passo para frente, dois para trás e com o carisma da personagem, há momentos onde se torce para que ele tome rumo e tudo dê certo. Jude Law consegue deixar de lado a faceta galã e encarar um homem rude, de aparência bruta (ele engordou 9 kg para o papel) e com ânsia de viver. Como o próprio personagem diz: “Um homem sem opções, de repente tem todas as opções do mundo”.

A trama do roteirista e diretor Richard Shepard (O Matador; 2005) é rápida, intensa, dinâmica, e apesar de ser de Nova Iorque, Shepard atinge um nível que lembra o estilo de Guy Ritchie e de outro filme britânico Filth (estrelado por James McAvoy, em 2013), repleto de humor ácido, cortes rápidos, linguagem madura e imprópria, sexo, drogas e rock’n roll.

A Recompensa (Dom Hemingway)