Por Domitila Gonzalez

Primeiramente: eu adoro filmes de super-heróis. Do mesmo jeito que eu sou fissurada em Almodóvar e também em cinema francês. E do mesmo jeito que eu amo a trilha sonora de Anna Karenina e a fotografia de Downton Abbey. E tanto quanto eu amo produções britânicas e cinema argentino. VIVA A DIVERSIDADE, BRASEEL!

Dito isso, eu fui esperando muito de Capitão América 2. E Capitão América 2 superou minhas expectativas.

O espectador desavisado chega ao cinema para ver um filme sobre superpoderes e “ao infinito e além”. Porém, o que fica claro é a proposta certeira da produção em apostar num roteiro bem mais abrangente e menos pomposo. Ao invés de dar foco à história do supersoldado que voltou à vida depois de uns anos congelado no fim do mundo, temos um filme sobre estratégia e espionagem, relações humanas de poder e confiança em um mundo que, pra variar, está à beira do apocalipse terrorista.

Assim como em outros filmes da Marvel, durante os acontecimentos, podem ser vistas referências a outros personagens. Sempre tem um Stark envolvido em alguma coisa e até Hulk e Dr. Zola também resolveram dar o ar da graça aqui e acolá no roteiro.

Nada me impressionou no 3D, dessa vez, mas as sequências de ação foram muito bem trabalhadas e introduzidas, assim como as pausas e o silêncio, e também o humor sempre muito bem colocado. Uma das melhores sequências do longa é o ataque a Nick Fury (Samuel L Jackson), no trânsito frenético da metrópole americana. E as cenas entre Steve Rogers (Chris Evans) e Viúva Negra (Scarlett Johansson) são ótimas e é fantástico quando eles começam a discutir a vida amorosa de Steve no meio de uma cena de batalha.

O que nos faz pensar, novamente: o melhor do filme não são os efeitos especiais, mas a escolha de mostrar o lado humano dos super-heróis e dos vilões. Nick Fury tem problemas com confiança. Viúva Negra, brilhantemente interpretada por Johansson, mostra o terror em seus olhos quando, sem revelar absolutamente nada, tocam no assunto “passado”. Bucky não lembra boa parte de sua vida pré-máquina mortífera. E Steve não se relaciona com uma mulher desde os anos 1940.  Problemas humanos humanizam os personagens e os aproximam de quem vê o filme, tornando-os críveis. Simples – e funciona.

A relação construída entre Falcão (Anthony Mackie) – finalmente, achei que nunca apareceria! – e Steve é leve e também baseada na confiança, que aliás é quase o tema central condutor da trama. E daí a gente finge que não repara que aquela asa mequetrefe vai, de fato, ajudar em alguma coisa.

Acredito que Capitão América 2 é uma produção que vai agradar gregos e troianos. Não sei se, de fato, é a melhor produção da Marvel, visto que Stark, interpretado por Robert Downey Jr., conseguiu popularizar os filmes do estúdio. Mas pensando que os últimos dois longas sobre o Homem de Ferro, juntamente com Thor: O mundo sombrio não se saíram tão bem quanto o esperado, Steve Rogers pode, sim, ganhar a simpatia do público e reconquistar os fãs que o estúdio perdeu.

Dica: não saiam do cinema até o fim de todos os créditos. Todos mesmo.

 

Cinemascope-Capitão-américa-2-o-soldado-invernal-poster-brCapitão América 2 – O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier)

Ano: 2014

Diretor: Anthony Russo, Joe Russo.

Roteiro: Christopher Markus e Stephen McFeely (Baseado nos quadrinhos de Joe Simon e Jack Kirby)

Elenco Principal: Chris Evans, Samuel L. Jackson, Scarlett Johansson

Gênero: Ação, Aventura, Ficção Científica.

Nacionalidade: Estados Unidos

 

 

 

Confira o Trailer:

 

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