Eu gosto dos festivais porque entramos em contato com produções que normalmente não entram pro grande circuito comercial – onde estão os blockbusters ou então aqueles grandes invencionismos dos gênios do cinema.

De Volta à Itália (Made in Italy) surge num contexto de festival e eu realmente achei que pudesse me surpreender. Poderia ser um filme bucólico, daqueles perfeitos pra se assistir num dia de folga, num domingo depois do almoço, mas quase que não entrega nem um clichê digno de sessão da tarde.

Com direção e roteiro de James D’Arcy, conhecido por interpretar o papel de Jarvis na série de TV Agent Carter e também no filme Vingadores: Ultimato, De Volta à Itália é uma história fraca, com roteiro simples até demais, personagens que não apresentam curvas claras e clichês mal utilizados.

Fiquei pensando se eu teria alguma impressão boa sobre o filme, depois de pouco mais de 1h30 de roteiro. Mas a verdade é que o que fica ressoando na minha cabeça é a possibilidade de Liam Neeson e Micheál Richardson – pai e filho na vida real e também na ficção – terem idealizado o filme de propósito, só para contracenarem um com o outro.

Neeson é um queridinho dos filmes românticos e de trabalhos de peso como A Lista de Schindler. Mas nem mesmo sua expertise consegue salvar este trabalho. Richardson se esforça muito. É visível sua tentativa de acertar. Acho que com uma direção um pouco mais experiente e eficiente, até poderia chegar em lugares interessantes… Mas o roteiro fraco não ajuda.

É um projeto, no todo, sem força. A paisagem é bonita, mas não traz nada de especial. A história é um clichê que não foi aproveitada em todo seu potencial. Os atores são bons, mas a direção não assume as rédeas. Uma escolha equivocada atrás da outra.

Triste, pois poderia ser um ótimo filme para pensar em nada. No fim das contas, foi um jeito de tirar um projeto do papel. E só.