Por Verônica Petrelli

Um dos melhores filmes da Pixar de todos os tempos. Só posso começar o meu texto assim. Divertida Mente é tão, tão, mas tããão bom que se compara a clássicos como Up – Altas Aventuras, Carros e até Monstros S.A. Impossível não se apaixonar pelo mundo criado pelo diretor e roteirista Pete Docter e pelo quinteto divertido de personagens que comandam a cabeça de Riley, uma garota de 11 anos. Alguns jornalistas disseram que nenhum outro filme exibido na última edição do Festival de Cannes foi tão aplaudido, e pude constatar isso na cabine de imprensa em que estava também. Todos os jornalistas ovacionaram a animação ao final da sessão. Não teve como: o filme agradou todo mundo!

E eu também me encantei com o universo incrível da mente de Riley. Sua cabecinha é comandada por cinco sentimentos base: a Alegria (que é a “capitã” do time), a Tristeza, a Nojinho, o Medo e a Raiva. Todos eles ficam em um centro de comando e direcionam todas as ações de Riley: seus momentos de alegria, seus choros de tristeza, seus medos pelo desconhecido…Além disso, o time tem acesso a todas as lembranças da garotinha, e podem descartar o que não é mais utilizado, guardar as memórias de longo prazo em um estoque gigante e coordenar todas as lembranças que marcam a personalidade de Riley.

O problema começa quando os pais dela resolvem sair de Minnesota e se mudar para São Francisco. Riley tem dificuldades para se adaptar à nova casa, não consegue se enquadrar na escola e no novo time de hockey e quase não tem amigos na cidade. Assim, os cinco sentimentos tentam se organizar dentro do centro de controle para equilibrar as emoções de sua garotinha. Mas alguns problemas entre a Alegria e a Tristeza tornam a cabeça de Riley uma bagunça, e todos eles têm que passar por várias aventuras para restaurar a paz.

O filme tem inúmeros pontos positivos, a começar pelas sacadas inteligentíssimas. O inconsciente como um lugar para onde se leva tudo que causa problema, a figura do amigo imaginário e aquela música chata de comercial de pasta de dente que fica na nossa cabeça são alguns dos itens abordados de maneira muito divertida. É tudo aquilo que sabemos que existe em nossas mentes, transportado para a tela de forma inteligente e lúdica. Não tem como não dar risada!

Além disso, os cinco sentimentos de Riley e o amigo imaginário Bing Bong (que aparece ao longo da história) são extremamente carismáticos e engraçados. É impossível não se apaixonar e não cair na gargalhada com eles. E não pensem que a escolha de atores/comediantes famosos para a dublagem acabou estragando a versão nacional. Miá Mello, Dani Calabresa, Otaviano Costa, Katiuscia Canoro e Leo Jaime deram uma ótima identidade para os guardiões de Riley. Somado a isso, tem-se os momentos de chororô puro que eles nos proporcionam. Confesso que me emocionei umas três vezes ao longo do filme. Por coisas boas e coisas ruins…E a trilha sonora então? Michael Giacchino (o mesmo compositor de Up – Altas Aventuras e Ratatouille) mandou muito bem. A música-tema é linda. Direção de arte espetacular também…Só elogios!

Mas o mais bacana de tudo é perceber que a Pixar mais uma vez acertou a mão. Depois de um período de vacas magras, eles chegaram com tudo e criaram um universo novo e incrível. Tão bacana quanto o fundo do mar dos peixes-palhaço ou a caixa de brinquedos de Andy. Um mundo recheado de esferas de lembrança, de trens que transportam memórias e sonhos, de sentimentos que comandam pessoas, de fantasia e imaginação. Elementos da psicanálise traduzidos de forma encantadora para a criançada. Super convidativo, não é? E o fato deles mostrarem outras mentes além da própria Riley (outra sacada do filme) nos faz pensar até em um segundo Divertida Mente no futuro. Será que rolaria? Garanto para vocês que se for igual a tudo que eu assisti, seria de arrasar!

Divertida Mente

Divertida Mente (Inside Out)

Ano: 2015

Diretor e roteirista: Pete Docter

Vozes (Brasil): Miá Mello, Dani Calabresa, Otaviano Costa, Katiuscia Canoro, Leo Jaime

Gênero: Animação

Nacionalidade: EUA

 

 

 

 

 

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