Por Ana Lucinski

Mais uma vez uma série literária vai aos cinemas. Depois de tantos sucessos de best sellers que viraram filmes, a trilogia de Suzanne Collins, Jogos Vorazes, tem sua vez. Como toda adaptação literária, parte da história escrita se modifica, então, é preciso ter esse tipo de discernimento ao assistir o filme.

Sendo sincera, assisti primeiramente o longa e depois me atrevi a ler a trilogia. A crítica que o enredo desenvolve já nos é conhecida – uma ditadura surreal onde o poder subjuga o povo, torturando, escravizando e colocando jovens de diversas regiões em um reality show de vida ou morte. Se alguém conhece o mangá Battle Royale, vai perceber que o enredo não é novidade. A diferença é que Collins baseou seus argumentos na antiga filosofia social greco-romana, mas o tema ainda é o mesmo.

Como a autora desenvolve a história em primeira pessoa, existem momentos onde não se sabe o que ocorre ao resto dos personagens. Uma das grandes vantagens da adaptação é que está em terceira pessoa, não só nos dando uma noção do que ocorre no universo de Jogos Vorazes como também nos mostrando mais da história, onde o livro nos prende a visão da personagem principal.

Para quem não conhece a trama, ela é situada em um futuro fictício e distante, num país  que vive num regime totalitário que, para lembrar a população de seu poder absoluto, realiza anualmente um evento conhecido como Jogos Vorazes, onde um menino e uma menina entre 12 e 18 anos são levados de cada distrito (existem12 deles) para uma arena, onde lutarão até restar somente um vivo. Para impedir que sua irmã mais nova seja levada à arena, Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) se oferece para ir em seu lugar. Ela e Peeta Melark (Josh Hutcherson) são levados como tributos do distrito 12 e juntos acabam desafiando não só os oponentes de arena como também o governo que detém o poder dos jogos. O livro cria um universo onde existe dois mundos basicamente: o dos distritos pobres e o da capital rica.

A forma como a maquiagem e figurinos foram trabalhados foi absolutamente sensacional. Para quem não leu o livro, os visuais exagerados e cheios de cores e brilhos são apenas espalhafatosos, quando comparados aos figurinos pobres das pessoas dos distritos, mas até mesmo isso faz parte da crítica de Collins. A produção ficou incrível e muito condizente com as descrições da obra literária.

Os efeitos gráficos são outro plus da história. A criação da capital em sua estrutura gloriosa e colossal, resultou em um trabalho muito verossímel. Os efeitos definitivamente salvaram muitas cenas do filme, as quais nem mesmo o livro ou o roteiro poderiam salvar. Existem partes na história que não são muito lógicas, como a cena da árvore com Katniss e os outros tributos, por exemplo.

Eu mesma tenho que confessar que me prendi ao romance e comecei a torcer pelos personagens. Não sei o que está sendo planejado para os próximos filmes, mas me baseando nos livros, aconselho a não manter o foco no romance, a autora engana, pois esse não é o foco de sua história.

 

cinemascope-jogosvorazesJogos vorazes (The Hunger Games)

Ano: 2012

Diretor: Gary Ross

Roteiro: Gary Ross, Suzanne Collins e Billy Ray.

Elenco Principal: Jennifer Lawrence, Wes Bentley, Woody Harrelson, Elizabeth Banks.

Gênero: Ação.

Nacionalidade: EUA.

 

 

 

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