Em busca de uma nova fonte de energia para colocar fim em uma possível nova guerra mundial, um grupo de cientistas realizam experiências com um acelerador de partículas no espaço. Em um dos testes, algo dá errado e o grupo acaba ficando isolado no espaço e a própria realidade que eles conheciam começa a ser alterada.

Visto isso, o principal erro de O Paradoxo Cloverfield, que foi lançado de surpresa pela Netflix, é focar basicamente nessas questões científicas do filme que grande parte de nós espectadores somos leigos. Com isso, provavelmente uma parte achará o filme “exagerado” e risível (apesar dessa premissa) e a outra, só aceitará para seguir o filme. Isso ainda, junto com o fato de que falta um desenvolvimento melhor dos personagens para que possamos nos importar com eles principalmente nos momentos de apuros. Os únicos que temos algum laço é a protagonista Hamilton (Gugu Mbatha-Raw) e o piadista do grupo Mundy (Chris O’Dowd). De resto, fica raso as problemáticas do filme. Ah, inclusive tem um brasileiro entre os tripulantes

É impossível assistir ao filme e não lembrar de Alien – O Oitavo Passageiro (1979). Mas como dito, faltou termos mais relação com os personagens para o filme ser mais eficiente, coisa que o clássico de ficção científica faz muito bem. Antes de qualquer problemática científica, entendemos as questões humanas e motivações pessoais das personagens. Um exemplo, é na cena clássica que o xenomorfo sai da barriga de um tripulante, previamente temos um momento de descontração com os personagens em que conhecemos um pouco mais de cada um. Além de servir como um contraste, um potencializador do que viria a seguir.

Os outros dois filmes da franquia, Cloverfield: Monstro (2008) e Rua Cloverfield, 10 (2016) contam histórias que estão as margens do surgimento de criaturas monstruosas na terra. Se passa na vida de civis que nada tem a ver com questões espaciais. O Paradoxo Cloverfield é o primeiro que temos alguma visão sobre o que causou o surgimento de tais criaturas na terra. Mas, ainda não ficou claro se são exatamente os acontecimentos desse filme que deram origem aos monstros dos demais. Pelo menos não consegui pescar isso.

Infelizmente, esse realmente é o filme menos interessantes da franquia. O primeiro se ancora em nos deixar totalmente perdidos sobre o que vemos numa estrutura de found footage com muita correria e desnorteamento. Cloverfield 10 seria excelente suspense que se passa em um lugar só se não fossem os últimos 5 minutos do filme. A necessidade de mostrar algo, ter alguma explicação para agradar o público que quer uma história fechadinha, deu uma estragada na experiência. O último talvez agrade somente os que estão mais por dentro do assunto e sirva como ilustração para seus estudos.

O Paradoxo Cloverfield

 

Ano: 2018
Direção:  Julius Onah
Roteiro:  Oren Uziel, Doug Jung
Elenco principal: Gugu Mbatha-Raw, David Oyelowo, Daniel Brühl, John Ortiz, Chris O’Dowd, 
Gênero: ​Horror, Mistério, Sci-Fi
Nacionalidade: Estados Unidos

Avaliação Geral: Avaliação geral