crítica do Filme O Pequeno Nicolau

Por Joyce Pais Carinhosamente apelidado de “os batutinhas franceses”, O pequeno Nicolau (Le petit Nicolas) se passa na França dos anos 50 e reúne todos os elementos típicos de filmes infantis que se ambientam ou se baseiam em cenários escolares e, mesmo assim, consegue fugir do inevitável clichê.Já na introdução algumas pistas são dadas, através de sua música e a tipografia utilizada para os nomes do crédito, do universo para o qual os espectadores estão sendo convidados a adentrar. O filme, que tem a narração em off de Nicolau (Maxime Godart), faz uma apresentação dos principais personagens, seus pais e seus melhores amigos do colégio sob uma visão inocente.

Todo o “clube do bolinha” é classificado e estereotipado cada um por suas características mais marcantes, algo muito comum no mundo infantil que geralmente se resume às primeiras impressões. Alceste (Vicent Claude), o gordinho que quer ser ministro para poder saborear os banquetes oficiais; Geoffroy (Charles Vaillant), o riquinho que tem como principal passatempo comprar todo os tipos de fantasia; Clotário (Vitor Carles), o desprivilegiado intelectualmente; Eudes (Benjamin Averty), que sonha em ser bandido quando crescer; Rufus (Germain Petit Damico) que almeja ser policial como seu pai, e por fim, Agnan (Damien Ferdel), o nerd e dedo-duro da turma.

A história se desenrola quando Joaquim (Virgile Tirard), um dos alunos, chega atrasado na escola e conta o motivo: o nascimento de seu irmãozinho. Em ar de tristeza e decepção, ele começa a pensar nas coisas que vai perder por conta da chegada do bebê, como por exemplo, seu quarto e atenção dos seus pais. Rapidamente, todo o grupo começa a mirabolar o futuro ‘trágico’ do garoto.

Nicolau, que sempre foi acostumado com os mimos de sua mãe (Valérie Lemercier) e as brincadeiras de seu pai (Kad Merad), começa a desconfiar que ela está grávida e relembrando todos os detalhes contados pelo seu amigo Joaquim, resolve elaborar planos para se livrar dessa situação. Ideias que vão desde abandonar o bebê na floresta até contratar um gângster para sequestrá-lo passam pelas mentes mirabolantes dos garotos, que chegam a formar um grupo secreto com a senha “coragem indomável”.

Com seu elenco impecável e suas cores vívidas e alegres a la Amélie Poulain, O Pequeno Nicolau faz uma adaptação do livro de René Goscinny (criador do famoso Asterix) ilustrado por Sempé e com um olhar terno traz a tona um pouquinho da magia e simplicidade da infância que tanto recordamos e sentimos falta.

O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas)