Tá chovendo hambúrguer 2

Por Sttela Vasco

Com uma proposta de ser divertido e colorido, Tá Chovendo Hambúrguer 2 se integra aos lançamentos aguardados do ano. Com a volta de personagens já queridos pelo público e a inclusão de novos que por si só já valem o filme – o morango Berry é uma prova disso – a animação dirigida pela dupla Cody Cameron e Kris Pearn consegue entreter, mas não supera o primeiro. As mensagens, porém, são transmitidas de maneira que os pequenos entenderão e apreciarão, enquanto as piadas ficam voltadas mais ao público adulto. Com uma hora e meia de duração, Tá Chovendo Hambúguer 2 consegue ser leve, engraçado e entretém o público, apesar de não inovar.Logo após o incidente com a FLDSMDFR, sua máquina que faz chover comida, Flint e toda a população de Boca Grande são obrigados a abandonar a cidade. Isso, no entanto, dá a Flint a oportunidade de trabalhar para o seu grande herói de infância: Chester V, dono da The Live Corp Company. Seus planos, porém, mudam radicalmente quando ele descobre que a máquina ainda funciona e passou a gerar comidas mutantes e com forma de animais. Unidos em mais uma missão para salvar o mundo, Flint e seus amigos retornam à Boca Grande para desativar a máquina, mas lá descobrirão que nem tudo é o que parece e que o verdadeiro vilão está mais perto do que eles imaginavam.

Tá Chovendo Hambúrguer 2 traz consigo um tema bastante debatido atualmente: a degradação e preservação da natureza. Isso ficará claro logo no início do filme que, ao criar um novo ecossistema, tenta mandar a mensagem de que é preciso respeitar faunas e floras locais. Há, inclusive, uma possível crítica a empresas que, aparentemente, são consideradas “amigas da natureza” e, na verdade, são tão agressoras quanto qualquer outra. A amizade também está na lista de lições passadas pelo filme. Várias sequências dão a entender que devemos confiar nos nossos verdadeiros amigos e que a união faz a força – mesmo que seja entre animais feitos de comida mutante e humanos. Apesar de às vezes sutis, o espectador consegue captar ambas as mensagens e compreendê-las.

Com a velha fórmula de o vilão ser alguém que, à primeira vista, parece bonzinho, o filme consegue arrancar boas risadas – há, inclusive, uma porção delas voltadas para o público mais adulto – e a volta dos personagens presentes no primeiro longa com certeza agrada ao público. O problema, no entanto, se dá sobre o ritmo do filme que chega a ser cansativo. Tudo acontece de forma rápida e os problemas se resolvem praticamente na sequência seguinte, dando lugar a novos problemas que continuam esse ciclo – os “monstros” do começo logo se tornam criaturas amigáveis e os supostos amigos se transformam em vilões. Algo parece estar fora do lugar, como se a história precisasse se desenrolar um pouco mais antes de terminar.

Apesar de apresentar alguns problemas com o ritmo, a história agrada e traz um fator bastante interessante para quem não assistiu ao primeiro: logo nos créditos iniciais há um flashback que explica tudo o que aconteceu para que as coisas chegassem ao ponto atual. Outro fator interessante é que Tá Chovendo Hambúrguer 2 começa no exato ponto em que o primeiro terminou, sem passagens de tempo, dando a impressão que havíamos pausado o filme e voltamos a assisti-lo agora. Com uma arte bonita e colorida, e uma trilha bastante animada, o longa consegue alcançar aquilo a que se propôs e consegue ser uma continuação engraçada, porém, pouco ambiciosa.

Tá chovendo hambúrguer 2 (Cloudy with a Chance of Meatballs 2)