Crítica do filme Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos

Por Joyce Pais

Ambientado em Londres e tendo como pano de fundo as situações corriqueiras da vida amorosa de um grupo de pessoas, em Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos (You Will Meet a Tall Dark Stranger) Woody Allen utiliza sua velha fórmula para contar histórias que poderiam simplesmente acontecer com qualquer um, mas que nem por isso são desprovidas de algumas surpresas.

Dois casais passam por diferentes dramas e mudanças, são eles: Helena (Gemma Jones) e Alfie (Anthony Hopkins), Sally (Naomi Watts) e Roy (Josh Brolin), sendo esta última filha do primeiro casal. Todas as sub-tramas são amarradas pelas “sábias” palavras e “previsões” de uma vidente chamada Cristal que orienta a vida da senhora Helena, após ela ter sido abandonada e trocada por uma garota de programa (Lucy Punch) pelo marido setentão obsecado pela forma física.

Do outro lado da situação, mas não tão longe do fracasso conjugal, se encontra Sally, esposa de Roy, médico formado, mas que sempre viu na literatura sua vocação (pelo menos pra ele). Autor de um único best seller, ele não consegue permanecer em nenhum emprego, pois passa noites em claro tentando finalizar um livro que repita o sucesso de outrora, fato que desencadeia diversas brigas entre o casal, já que a responsabilidade de manter as despesas fica a cargo de Sally.

Conforme a narrativa vai se desenvolvendo, alguns indícios de que a vida dos personagens citados anteriomente irá se modificar se dá pelo surgimento de elementos importantes, como o chefe (Antonio Banderas) de Sally, o dono da galeria de artes na qual trabalha e a atraente vizinha de Roy, interpretada pela indiana Freida Pinto.

Ainda que isso movimente um pouco a trama, não salva o mais novo trabalho de Allen de ser considerado insosso e de revelar que o cineasta não se encontra na sua melhor fase. Marcando presença rigorosamente uma vez por ano nas telonas, Woody Allen dessa vez não aparece no elenco do filme, mas deixa sua marca característica por trás das câmeras, recorrendo a temáticas que muito de assemelham com sua vida pessoal, no caso do homem mais velho com uma mulher mais jovem (apesar de não assumir tais semelhanças).

Agora resta aguardar o próximo longa do diretor, Midnight in Paris, para saber se ele ainda continuará nos fazendo rir de nossas próprias fraquezas sob um olhar tragicômico da vida, só que da próxima vez de maneira mais marcante e convidativa.

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (You Will Meet A Tall Dark Stranger)