Uma pena. Talvez essa seja a melhor expressão para definir X-Men: Fênix Negra. Com todo mundo empolgado com o universo cinematográfico da Marvel, nós que acompanhamos os mutantes desde o seu início na telona, esperávamos uma despedida mais digna por ser o último filme da saga a ser produzido pela Fox (que agora faz parte da Disney junto com o universo dos Vingadores).
Aqui, a história toda é em cima de Jean Grey (Sophie Turner) e o surgimento de uma entidade incontrolável dentro dela. Se você já está há um tempo no universo dos X-Men nos cinemas, animações de TV e obviamente nos quadrinhos, sabe que é um problemão quando a Fênix, nome dado a essa força dentro da mutante, surge. Jean não consegue impedir nem que seus amigos mais próximos se machuquem. Essa força incontrolável vem muitas vezes como uma espécie de metáfora, sobre conhecer a nós mesmos e uma certa incapacidade de saber até onde somos capazes de chegar. Aliás, as metáforas são características muito próprias dos X-Men.
A sua principal abordagem é sobre o preconceito. Como a sociedade vê os diferentes, o que pode ser considerado normal ou não, dentre outras questões. Mas, infelizmente, X-Men: Fênix Negra passa por estes pontos, mas não aprofunda em nada disso. Temos esse problema gigante, que pode ameaçar inclusive a vida na terra, de ter uma mutante que nem o Professor Xavier, com todo seu conhecimento, é capaz de deter. Inicia-se uma odisseia para que o problema seja resolvido, além de surgir uma espécie alienígena querendo o poder da Jean, mas deixa-se de lado qualquer possibilidade de aproximação com os personagens.
Não existe a presença daquelas coisas que fazem a gente torcer de fato por um deles. Parece que já temos conhecimento suficiente sobre cada um e não é necessário nada mais que uma luta entre mocinhos e vilões para que a gente se encante. Inclusive, tem uma cena com o Noturno (Kodi Smit-McPhee) em que ele fica frustrado com um acontecimento e liga o modo raiva. O objetivo da cena era: “nossa, esse menino é tão bonzinho, olha como ele ficou ‘nervosão’”. Mas o que pensei foi: “Pera. Era pra eu ficar tocado, com dó? Acho que faltou alguma coisa aí. Nem sei quais são as motivações desse cara”.
Tudo passa meio tocado. A impressão é de que os responsáveis resolveu “entregar para Deus” e fazer qualquer coisa. Daí, volto a dizer “que pena”. Isso porque, a princípio, o filme parecia ser uma homenagem aos clássicos, com a mistura de uniformes e roupas icônicas dos quadrinhos, além de todo o viés sombrio que os primeiros filmes tinham. Isso somado ainda a cenas de ação e luta mais lúcidas. Ousaria dizer até realistas, que deixa o universo quadrinhesco com mais cara de “isso poderia acontecer de verdade”.
Não posso afirmar, mas tenho a impressão que eles confiaram que bastaria uma atriz de uma certa série de sucesso como protagonista que estaria tudo certo. Não funcionou. A despedida ficou como um dos filmes mais medíocres do universo mutante. O único que ele não perde é X-Men – O Confronto Final (2000). Aquele ali é impossível de defender. Agora quero saber mesmo é qual desculpa vai ser dada no universo Marvel para justificar onde os X-Men estiveram esse tempo todo em que a galera virou pó por aí. Estamos de olho.
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