Por Joyce Pais
Dirigido por Panos H. Koutras, Xenia (termo que se refere à tradição grega de prestar generosidade a estranhos) foi selecionado para a mostra Um Certo Olhar, no Festival de Cannes 2014, e aqui no Brasil passou pelos Festivais do Rio e Mix de Cultura da Diversidade, de São Paulo, onde eu pude assisti-lo.
A trama é a seguinte: dois meio-irmãos que mal se conhecem viajam até a Grécia para encontrar o pai, após a morte da mãe deles e exigir que ele reconheça a paternidade, para que então eles possam conseguir a tão sonhada cidadania grega. A partir daí, a dupla passa por uma série de contratempos em sua busca – sofrem preconceitos por serem albaneses, ataques homofóbicos (um deles é gay), são oprimidos.
O filme trabalha em muitos momentos com o duplo sentido e aposta num jogo de insinuações entre os dois irmãos, interpretados por Kostas Nikouli e Nikos Gelia. A alternância mal feita entre cenas cômicas, de humor forçado, e cenas dramáticas, além de não contribuírem com o desenrolar orgânico da trama, conferem um tom cafona e clichê ao filme.
Impossível não mencionar a incômoda confusão visual de Xenia. Um aglomerado de cores, exageros e mau gosto compõem a estética do longa. Estranho, inclusive, o filme ter sido anunciado pelos organizadores na sessão do Festival e justificada sua escolha na programação por conta de sua Direção de Fotografia e Arte. Preocupante.
Direção: Panos H. Koutras
Roteiro: Panos H. Koutras, Panagiotis Evangelidis.
Elenco principal: Kostas Nikouli, Nikos Gelia, Yannis Stankoglou.
Gênero: Comédia dramática
Nacionalidade: Grécia, França, Bélgica.
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