Por Joyce Pais
No ano que marca cinquenta anos da morte de Marilyn Monroe, diversas homenagens foram feitas a esta que, considerada uma das maiores estrelas do cinema mundial, ainda inspira admiradores ao redor do mundo. Livros, exposições, seriado de tv, propagandas, revistas; um vasto material ocupou prateleiras de livrarias, galerias de arte, televisão e internet no primeiro semestre do ano e muito mais ainda está por vir!
A Twentieth Century Fox lançou um box com 13 títulos estrelados pela atriz e uma coleção, a Diamante, em dois volumes. Um dos livros mais aguardados do ano foi o Fragmentos – Poemas, anotações íntimas, cartas, publicado pela Tordesilhas. A obra se distancia das centenas de biografias já existentes e traz um ponto de vista diferenciado, o da própria Marilyn. Uma inédita seleção de manuscritos da estrela revela sua instabilidade, seus medos e também seu gosto pela leitura e obra de autores como Gustave Flaubert, Samuel Beckett, James Joyce, Joseph Conrad, Ernest Hemingway e Albert Camus.
Merecidamente o Festival de Cannes prestou sua homenagem a Marilyn estampando sua foto no cartaz comemorativo dos 65 anos do evento. Nas palavras dos organizadores, ela “continua a ser uma das principais figuras do cinema mundial, referência eterna e decididamente contemporânea da graça, do mistério e da sedução”. Aproveitando o momento, a joalheria Chopard lançou um colar chamado One of a Kind, a peça tem um diamante em formato e coração e além de ser uma homenagem a Marilyn, é assinada pela copresidente da empresa, Caroline Scheufele.
Enquanto no Brasil a exposição Quero ser Marilyn Monroe! trouxe a Cinemateca 150 fotos da carreira da atriz – incluindo obras de Henri Cartier-Bresson, e o famoso ensaio de Tom Kelley para a Playboy, em 1953, nos Estados Unidos foi lançado o seriado Smash. Produzido por Steven Spielberg e considerado um concorrente direto de Glee, Smash conta a história da construção de um musical em homenagens a Marilyn Monroe e todos os dramas que envolvem a competição pelo papel principal.
Está previsto para em outubro deste ano o lançamento de uma coleção especial de maquiagem desenvolvida pela marca canandense MAC. Serão aproximadamente 30 produtos, entre sombras, batons (seu famoso batom vermelho, inclusive), esmaltes e delineadores. A homenagem é resultado de uma parceria da empresa com a Authentic Brands Group – detentora da licença sob os direitos de produtos que levam o nome da atriz.
Em 1953, depois de trabalhar em uma produção respeitada como A Malvada (1950), e no seu primeiro drama, Almas Desesperadas (1952), Marilyn se consagra em Os Homens preferem as loiras, filme que pode ser considerado um marco em sua trajetória, com reconhecimento não só da crítica, mas, principalmente de público.
Dirigido por Howard Hawks, que já havia trabalhado com a atriz em O Inventor da Mocidade (1952), a obra é construída segundo a linha de pensamento de Hawks em que: “A comédia é o gênero da fábula”. E é através do gênero comédia e musical que a história de duas amigas dançarinas Dorothy (Jane Russel) e Lorelei (Marilyn Monroe), é contada. A primeira, uma mulher desinibida, inteligente, engraçada e que frequentemente ironiza as situações nas quais sua companheira dos palcos se envolve; a segunda é o oposto — inocente, “burra” e interessada somente em homens ricos que possam lhe presentear com jóias e dinheiro.
Com a utilização de diversas trocas de figurino chiques e exuberantes, o auge da boa forma da atriz é explorado por meio de canções que conduzem a narrativa ou coincidem com ela. Canções que se tornaram ícones como “Diamonds are a girl´s best friends” e a cena do vestido rosa com os corações imitada por uma das maiores artista pop do mundo, Madonna, no clipe de Material Girl. Dialogando com as convenções de gênero, no longa a mulher se vale da sua inteligência ou de sua sedução para conquistar o que quer e frases como “Sei ser esperta quando importa, mas a maioria dos homens não gosta disso”, ditas por Lorelei, confirmam a noção de poder e controle das mulheres na trama.
Como resultado do sucesso, Marilyn Monroe e Jane Russel assinam a calçada da fama, ponto significativo de qualquer carreira em Hollywood, porém, a discrepância de salários entre as principais atrizes mostrava o tratamento que a indústria cinematográfica direcionava a Monroe, apesar dos “homens preferirem as loiras”, Marilyn recebeu cerca de 1/10 do cachê recebido por Russel.
Veja o trailer:
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