Por Joyce Pais
O terceiro dia da mostra competitiva aconteceu nesta quinta-feira (11) e apresentou os curta-metragens Norman e Lar Doce Lar, e os longa-metragens Violet e Mamarosh, mostrando uma diversidade grande de abordagens e referências.
A primeira animação da competição, Norman, chama atenção, principalmente por seu apelo estético. Para compor o trabalho de dez minutos, o diretor Robbe Vervaeke pintou doze quadros para cada segundo de projeção, utilizando uma técnica de pintura óleo no vidro. A história é simplória e mostra o protagonista vagando pela cidade, enquanto se envolve em pequenas tramas com os transeuntes. Curto e um pouco confuso, Norman se torna mais interessante pela experiência visual.
Nitidamente similar à temática e linguagem de Paranoid Park (2007), o drama belga Violet se aproxima muito do cinema autoral do diretor Gus van Sant para contar a história do jovem Jesse, que presencia a morte de seu amigo Jonas, esfaqueado sem algum motivo aparente. A partir daí, o filme se arrasta de forma lenta e explora a vida do garoto e como ele foi afetado pelo crime que presenciou. Um filme digno, mas que não trouxe nenhuma novidade.
Lar Doce Lar, curta dirigido por Tassia Quirino, com a já conhecida Rosane Mulholland no elenco, mostra a disputa entre duas corretoras especializadas em vender espaços luxuosos para pacientes terminais morarem depois que morrer. O curta utiliza artefatos futuristas, ao mesmo tempo em que contrasta com um figurino retrô de alguns personagens. De certa forma, a obra se utiliza de uma situação absurda que não está tão longe da realidade. Pode-se dizer que o curta tem uma proposta interessante. Fizemos uma entrevista com a diretora e roteirista Tassia Quirino, em breve postaremos o vídeo em nosso canal do Youtube.
A comédia sérvia Mamarosh encerrou a noite e trouxe a história de Petra, um projecionista na casa dos 50 anos, que ainda vive com sua mãe e quando começam os bombardeios e o clima de insegurança em seu país, eles vão a Nova York, onde passam por uma verdadeira saga para conseguir um visto. Contado de forma caótica, o filme é repleto de piadas ‘batidas’ sobre o comunismo/capitalismo, estilo de vida e clichês americanos e por aí vai…uma chance desperdiçada, entre tantos dramas na programação do festival, de fazer rir o público que, graças a divulgação boca a boca, acredito eu, cresceu conforme os dias foram avançando.