A presença e o acesso de minorias e moradores de periferias à saúde, educação e cultura são questões que (ainda bem) estão cada vez mais em pauta atualmente. O interessante é que muitos desses movimentos vêm de dentro dos próprios grupos. Um deles é o coletivo Nicho 54 que incentiva a participação de pessoas negras no mercado audiovisual brasileiro.

Em 2016 a ANCINE (Agência Nacional do Cinema) levantou diversos fatores relacionados ao audiovisual como bilheteria, profissionais de minorias e etc. Entre os 1326 profissionais da pesquisa, apenas 5,3% eram negros. Isso contrasta com o dado que 54% da população brasileira é composta por pessoas negras. Maior porcentagem fora da África. Segundo uma outra pesquisa, dessa vez realizada pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa, das maiores bilheterias nacionais entre 2002 e 2014 apenas 3% foram assinadas por cineastas negros, 2% de roteiristas negros e nenhuma roteirizada ou dirigida por mulher negra.

O Nicho 54 é formado por Fernanda Lomba, produtora executiva que em 2019 foi convidada a participar do MIPTV, congresso sobre TV que ocorre anualmente junto com o festival de Cannes na França; Raul Perez, roteirista, executivo de comunicação e sócio-diretor da produtora Mundi, focada em narrativas negras; e Heitor Augusto, crítico e curador, atua em festivais, como FestCurtasBH em 2018 e Festival de Brasília em 2017 e 2018. Heitor, inclusive já colaborou com o Cinemascope falando sobre a presença de negros no Oscar que você pode ler aqui. O grupo desenvolve projetos de formação, curadoria e aproximação dessas pessoas com o setor audiovisual.

Uma das ações desenvolvidas pelo coletivo foi um mapeamento de profissionais negros da área. O objetivo é entender a presença negra no setor audiovisual do Brasil, a partir de uma pesquisa quantitativa e qualitativa e o percurso profissional dos participantes. Os dados serão utilizados como base de programas e políticas do instituto para criar novas oportunidades aos profissionais. Os resultados do mapeamento ainda não foram divulgados. Aos participantes, o Nicho 54 irá disponibilizar matérias, dados e outras informações para auxiliar no crescimento profissional.

Você pode ter mais informações sobre o projeto acessando o Instagram do Coletivo. Já para saber mais sobre diversidade de histórias e sobre quem conta essas narrativas, vale conferir o vídeo que temos em nosso canal sobre o Dogma Feijoada: 

 

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