Visando ampliar o debate sobre a igualdade de gênero na indústria audiovisual, a Casa Redonda e a Associação Cultural Kinoforum realizam, em São Paulo, entre os dias 4 e 11 de julho a primeira edição do Festival Internacional de Mulheres no Cinema – FIM. A programação, que conta com mostras competitivas e especiais, será exibida nas salas do CinesSesc e do Espaço Itaú de Cinema – Augusta. Com curadoria de Beth Sá Freire, Juliana Vicente e Andrea Cals, o FIM homenageia Zezé Motta com sessão de Xica da Silva e é o primeiro projeto apoiado pelo Fundo Avon de Mulheres no Audiovisual – FAMA.
A Mostra Competitiva Nacional reúne seis longas-metragens brasileiros exclusivamente dirigidos por mulheres e realizados nos últimos 18 meses, que foram selecionados por meio de inscrição no site do FIM. São eles Baronesa, de Juliana Antunes, Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende e única ficção nacional na competição e mais quatro documentários: em Desarquivando Alice Gonzaga, de Betse de Paula, O Chalé é uma Ilha Batida de Vento e Chuva, de Letícia Simões, O Desmonte do Monte e SLAM: Voz de Levante, de Tatiana Lohmann e Roberta Estrela D’Alva.
A Mostra Competitiva Internacional, por sua vez, conta com seis longas estrangeiros indicados pela curadoria, concluídos nos últimos 18 meses e tenham apenas mulheres na direção. São eles o francês Jovem Mulher, de Léonor Serraille, o japonês Esplendor, de Naomi Kawase, o suíço Diário da Minha Cabeça, de Ursula Meier, o mexicano Tesoros, de María Novaro, o português Colo, de Teresa Villaverde e a coprodução Argentina/Brasil Vergel, de Kris Niklison. Os vencedores de ambas as mostras serão escolhidos pelo público, que votará ao final de cada sessão. As diretoras dos dois escolhidos receberão um prêmio de R$ 15 mil cada.
Além das competitivas, o FIM conta ainda com mostras especiais como o programa Lute Como uma Mulher, que apresenta sete longas-metragens brasileiros, dirigidos ou codirigidos por mulheres, acerca de temáticas de resistência política, social, ambiental, cultural, econômica, racial e afetiva. O documentário Chega de Fiu Fiu, de Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão, que aborda a campanha contra o assédio sexual em espaços públicos, também será exibido no Festival juntamente às obras Mataram Nossos Filhos, de Susanna Lira e Então Morri, de Bia Lessa e Dany Roland.
A mostra O Fogo que não se Apaga homenageia mulheres que dedicaram suas vidas profissionais ao cinema. A mostra especial traz os longas-metragens mais recentes de Helena Ignez, Paula Gaitán, Helena Solberg, Beth Formaggini e Lucia Murat, além de Amor Maldito, de 1984, dirigido por Adelia Sampaio.
A abertura do Festival acontece no dia 4, às 20h no CineSesc e contará com a presença da homenageada Zezé Motta. Após a cerimônia de abertura, será exibido Que Língua Você Fala?, da artista visual Elisa Bracher. Zezé também participa de uma sessão especial de Xica da Silva, de Cacá Diegues. O filme será exibido no Espaço Itaú de Cinema – Augusta no dia 5, às 20h, seguido de uma conversa com a atriz sobre o protagonismo feminino em tela e seus 50 anos de carreira.
O bate-papo Cinema da Vela, do CineSesc, convida Adélia Sampaio para falar sobre Amor Maldito, Roberta Estrela D’Alva que percorrerá sua trajetória pela poesia, cinema e TV e Juliana Vicente, que compartilhará os aprendizados de sua série Afronta e propostas da TV Preta. O evento acontece no dia 9, às 19h30, e a mediação será de Minom Pinho.
Na cerimônia de encerramento, dia 11, às 20h, também no CineSesc, além da premiação dos filmes escolhidos pelo público nas Mostras Competitivas Nacional e Internacional, serão apresentados os projetos e diretoras contempladas pelo FAMA – Fundo Avon de Mulheres no Audiovisual na edição 2018.
Programa de Formação
Além das exibições, a programação do FIM contará com cursos, encontros e masterclasses que reúne diferentes profissionais de áreas diversas do cinema para compartilhar suas experiências, metodologias, conhecimentos e visões sobre criação, produção e mercado. Serão quatro masterclasses, de três horas de duração cada: Introdução ao Documentário para cinema e TV, com Deborah Osborn (dia 5); Respirando com a Câmera, com Heloisa Passos (dia 6); Produção Executiva para Cinema, com Geórgia Costa Araújo (dia 10); e Distribuição Cinematográfica, estratégias e resultados, com Barbara Sturm (dia 11). Os valores variam de R$ 15 a R$ 4,50.
Os três cursos têm carga horária de seis horas cada, divididas em dois dias. São eles: Cinema Negro: história, ativismo e protagonismo feminino, com Janaína Oliveira (dias 6 e 7); A Crítica de Cinema e a Diversidade do Olhar, com Flávia Guerra (dias 10 e 11); e A Intervenção da Mulher no Documentário Brasileiro, com Daniela Capelato (dias 5 e 12). Os preços variam de R$ 50 a R$ 15.
Paralelo ao festival, acontece o encontro gratuito Conhecendo o Financiamento Público ao Audiovisual, com as especialistas Carolina Brasil Romão e Silva, Renata Lucia de Toledo Pelizon, Fabiana Trindade Machado e Myriam Assis de Souza (dia 5) e o II Seminário Internacional Mulheres do Audiovisual (dia 4, das 9h às 18h), apresentando estudos e iniciativas que contribuem para ampliar a conscientização e inspirar a ação dos profissionais do audiovisual brasileiro quanto às desigualdades de gênero e raça.
Festival Internacional de Mulheres no Cinema
Quando: 04 a 11 de julho de 2018
Onde: Sessões no CineSesc (R. Augusta, 2075) e Espaço Itaú de Cinema – Augusta (Rua Augusta, 1475) e programa formativo no CPF – Sesc (Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar)
Ingressos:
Espaço Itaú de Cinema – Augusta: R$ 20,00 e 10,00 todos os dias
CineSesc: R$ 20,00 e R$ 10,00 (sexta, sábado, domingo e feriado – segunda, 9/julho); R$ 17,00 e R$ 8,50 na quinta e terça; R$ 12,00 / R$ 6,00 na quarta.
* As cerimônias de abertura e encerramento têm entrada gratuita, com retirada de ingresso na bilheteria do CineSesc a partir das 19h.
* O bate-papo “Cinema da Vela” é gratuito e não requer ingresso.