Por Domitila Gonzalez

Confesso que tomei um leve susto com o leão do começo e pensei que fosse um filme da MGM. Mas não: era só o Léo apresentando sua companhia nova!

O Lobo de Wall Street é mais um longa que conta com Scorsese e Léo jogando no mesmo time. Resultado: só coisa louca, minha gente!

Pra quem tinha Ilha do Medo (2010) como última referência da dupla, posso dizer que a história do cara que teve que pagar mais de 100 milhões de dólares a todos aqueles que lesou de alguma maneira me deixou bem mais perturbada do que o filme anterior.

Resumindo: Jordan Belfort era um cara que vivia numa pindaíba lascada até que se enfiou pra trabalhar como corretor em Wall Street e, OLHASÓ, em seu primeiro dia de labuta, a bolsa resolveu fechar. A maior queda desde 1929. Como ele não era bobo nem nada, resolveu levar o batidão de Matthew McConaughey (Clube de Compras Dallas; 2013) adiante e andar com suas próprias pernas.

Eis que, durante o café da manhã num restaurante qualquer, conhece seu vizinho Donnie (Jonah Hill – Anjos da Lei; 2012) – um gordão mucho loco que também é viciado – e depois de um tapa na pantera os dois resolvem virar sócios. Que amor!

A coisa toda vai evoluindo e a gente conhece mais a fundo a personalidade de Belfort. Nos primeiros minutos do filme dá pra perceber que o cara é todo doido, todo errado e FORA DA CASINHA, BRASEEL! E pra você que acha que impedir rolezinho é contra a integridade humana, toma na cara um lançamento de anões.

Só curtição, porque afinal, pra que jogar CS se eu posso dirigir meu próprio helicóptero, né verdade? Pra começar, só de pensar que aquela papagaiada toda de sexo, dorgas e muitos dinheiros sendo jogados iate afora é realmente baseada numa história real, eu já fico embrulhada. E Lars Von Trier que se cuide: o arsenal de pessoas desnudas nas três horas de filme contadas ao melhor estilo Kuzco (A Nova Onda do Imperador; 2000) de narrar não tá pra brincadeira.

De repente surge aquele popô gigante – que até aparecer o resto da moça a gente não sabe se é popô, se um pedaço muito íntimo do nosso querido Wolf ou se é um vaso pós-moderno decorando a parede da sala. Beijos, Alex (Laranja Mecânica – Stanley Kubrik; 1971).

Então, a grande sacada: o cara não era só bom em ganhar dinheiro, mas era bom em falar com as pessoas, treiná-las. Era um comunicador bom pra caramba. Com uma facilidade de dar inveja, Belfort faz crescer sua fortuna a cada dia. E como tudo era feito de maneira ilegal, com ela também crescem os problemas.

O primeiro contato do FBI gera medo e é nessas nuances que eu gosto de ver a qualidade de direção e preparação de elenco. E, bom, senhoras e senhores, Leonardo DiCaprio é lindo, bom ator, rico, gentil e sabe dançar. ALGO MAIS? AH, SIM, a síncope por causa da superdose da tal pílula e a aflição que a gente sente com aquela criatura babando ao voltar pra casa naquele estado. Palmas para o trabalho corporal do Léo.

O filme é tão intenso que quase não dá tempo de pensar. Não sei se isso é um elogio ou uma crítica, mas senti falta de respiros. O tempo inteiro eu fiquei “WHATHAHELL?” e não consegui refletir sobre muitas coisas a respeito da montagem e do roteiro, por exemplo.

Não deixa de ser uma bela peça para ser apreciada. Mesmo com um pedaço de presunto engasgado voando na cara do Léo e com a volta do mantra mucho loco no final, vale a pena pela escolha da história a ser contada. Ainda que, mais uma vez, seja um filme que se refira a muito mais a um estilo de viver específico americano do que qualquer outra coisa.

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O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)

Ano: 2013

Diretor: Martin Scorsese

Roteiro: Terence Winter (baseado no livro de Jordan Belfort)

Elenco Principal: Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie

Gênero: Biografia, Comédia, Crime

Nacionalidade: Estados Unidos

 

 

 

Confira o trailer:

 

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